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Imigrantes locais votarão pela primeira vez nas Eleições Europeias
2009-05-08

Os cidadãos portugueses locais poderão votar pela primeira vez nas Eleições Europeias no próximo mês, mas a afluência às urnas deverá ser muito baixa. 
Apesar de aproximadamente 117 mil indivíduos estarem inscritos nos três Consulados de Portugal em Massachusetts e Rhode Island, apenas cerca de 6.700, ou seja 6 por cento, estão recenseados e, como tal, poderão participar no sufrágio de 7 de Junho.
      "Votar é sempre importante," frisou Leonel Teixeira, Chanceler do Consulado de Portugal em Providence. "Fazemos um apelo para que as pessoas venham ao Consulado e votem."
      No Consulado de New Bedford, dos cerca de 46.000 inscritos, apenas cerca de 4.200 integram os cadernos eleitorais.
      De aproximadamente 47.000 pessoas inscritas no Consulado Geral de Portugal em Boston, somente cerca de 750 estão recenseadas.
      No Consulado de Providence, dos cerca de 24 mil inscritos apenas 1.746 poderão lançar o seu voto.
      "Os cadernos eleitorais estão trancados, só as pessoas que se recensearam até 8 de Abril poderão votar," adiantou a Consul de Portugal em New Bedford, Fernanda Coelho. "A partir de 8 de Junho, as pessoas poderão inscrever-se para as Eleições Legislativas que terão lugar no final do ano."
      Contudo, Coelho notou que as pessoas cujos nomes constavam dos cadernos eleitorais em eleições anteriores, continuam a estar elegíveis.
      "Não precisam actualizar [o recenseamento], mas se mudaram de residência devem actualizar o endereço porque as eleições legislativas serão feitas por correspondência," advertiu a Cônsul.
      A Cônsul Geral de Portugal em Boston, Manuela Bairos, salientou que a participação local no sufrágio faz todo o sentido, dado Portugal ter adoptado uma política de concessão de nacionalidade bastante alargada.
      "É ter uma voz que possa veicular para Portugal e Europa as preocupações do imigrante," sublinhou Bairos, dando como exemplos a política de passaportes e o programa de isenção de vistos.
      João Pacheco, membro do Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP), incentivou os seus compatriotas a votar.
      "É uma ideia excelente. Portugal faz parte da Europa e é importante que as pessoas votem," realçou.
      Em Portugal, os eleitores irão deslocar-se às urnas no dia 7 de Junho, mas os eleitores locais terão três dias para lançar o seu voto. As mesas de voto permanecerão abertas, nos Consulados, nos dias 5, 6 ou 7 de Junho, entre as 8 horas da manhã e as 7 horas da tarde.
      A Cônsul Geral de Boston, no entanto, reconhece que as pessoas locais estão pouco sensibilizadas para as eleições portuguesas e que a afluência às urnas certamente ficará muito longe do desejado.
      "Nas últimas eleições presidenciais, 93 pessoas votaram no Consulado Geral em Boston," realçou Bairos. "Se os candidatos vierem cá... talvez se mobilize mais alguém."
      Contudo, a campanha eleitoral, segundo estipula a lei portuguesa, só poderá decorrer entre 25 de Maio e 5 de Junho.
      "As pessoas podem estranhar que não se ouve falar nada sobre as eleições, mas faz parte das regras de Portugal," informou Coelho. "Até a campanha eleitoral estar activa, o apelo ao voto não é possível."
      Pacheco, no entanto, gostaria que o período de campanha eleitoral fosse mais prolongado, especialmente fora de Portugal.
      "Estamos tão ausentes, se pudéssemos fazer campanha, talvez conhecêssemos melhor os candidatos e houvessem mais votos," sublinhou.
      Entretanto, os eleitores poderão talvez familiarizar-se com os diversos candidatos através de notícias difundidas pelos canais de televisão, jornais ou estações de rádio, notou Teixeira.
      "O seu voto tem influência, porque é como se fosse lançado em Portugal," salientou o chanceler consular, acrescentando que as leis aprovadas no Parlamento Europeu poderão ter repercussões fora da Europa.
      "Ontem, por exemplo, decidiram banir a importação de produtos do Canadá que tenham a ver com focas, o que originou que o Governo canadiano protestasse," adiantou Teixeira, na quarta-feira. "Nunca se sabe a influência que a aplicação das leis possa vir a ter no resto do mundo."
      As pessoas interessadas em lançar o seu voto deverão apresentar o seu Bilhete de Identidade português. Na eventualidade de não possuírem este documento, poderão apresentar um outro documento, português ou norte-americano, com a sua foto.
      "As pessoas que não tiverem um documento com foto, podem trazer duas testemunhas que estejam inscritas no caderno eleitoral," informou a Cônsul Coelho.
      Nas eleições de 7 de Junho, Portugal irá eleger 22 deputados para o Parlamento Europeu.
      Os principais partidos políticos já apresentaram os seguintes cabeças de lista: Vital Moreira (PS); Paulo Rangel (PSD); Nuno Melo (CDS-PP); Ilda Figueiredo (CDU); e Miguel Portas (BE).
      Com o recente alargamento da União Europeia de 25 para 27 membros, Portugal perdeu dois assentos no Parlamento Europeu.
      Nas últimas eleições europeias, realizadas em 2004, o PS foi o partido mais votado, com 44,52 por cento dos votos, tendo elegido 12 deputados. A coligação PSD/CDS-PP, alcançou 33,26 por cento dos votos, ficando com 9 deputados. A CDU conseguiu eleger 2 deputados, com 9,1 por cento dos votos, enquanto o Bloco de Esquerda elegeu um deputado, com 4,92 por cento dos votos.

O Jornal, aqui, acedido em 12 de Maio de 2009

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