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Projectos sociais que pedem o apoio de emigrantes ainda só têm 35 euros
2016-01-25
Em Dezembro foram escolhidos 50 projectos. Até agora, só dois receberam donativos, 25 euros num caso, dez euros noutro. Não há muitos “emigrantes apoiantes”. Mas associações não perdem a esperança.

Variedade não falta. A Associação para a Formação e Desenvolvimento do Montijo quer comprar duas mesas de ping pong, de betão, para as crianças e os jovens que serve. Precisa de 2000 euros. A Associação de Desenvolvimento Social e Cultural dos Cinco Lugares, em Lousã, precisa de uma carrinha usada para o serviço ao domicílio dos idosos que apoia. Custa 2000 euros. E para outro dos seus projectos, chamado "Famílias com Afectos", diz que faz falta uma casa-de-banho no edifício onde funciona. Mais 2000 euros.

Levar os emigrantes portugueses que vivem no estrangeiro a apoiar projectos sociais nas suas terras de origem era o objectivo do Concurso 50/50, lançado em Novembro pelo anterior Governo. Mas até esta sexta-feira, a julgar pelos dados que constam do site do ACM (http://50por50.pt/), apenas dois dos 50 apresentados mereceram o apoio de algum emigrante.

Há quem queira comprar computadores, dar um retoque na pintura da sede, contratar uma especialista em coaching parental para dar uma palestra, construir casas de madeira para pintassilgos... Para quase tudo é pedido 2000 mil euros, o montante máximo previsto. Mas o dinheiro ainda não chegou. São duas as excepções: a Associação Cultural, Desportiva e Social de Jou, em Murça, propõe-se comprar uma câmara de vídeo, um tripé, um projector e uma tela (1976,74 euros, no total) para actividades com os seus utentes e para recolha de imagens de "testemunhos, histórias de vida, artefactos e tradições" da região. Recebeu, de um emigrante, 25 euros. Ou seja, contabiliza-se nosite, 3% da verba necessária.

Também a União de Freguesias de Bustos, Troviscal e Mamarrosa, que orçou em 2000 euros a coordenação de um projecto que visa levar companhia a idosos, recebeu 1% desse montante - 10 euros. O presidente da união das freguesias não está desanimado, e acredita ainda na generosidade dos que saíram daquelas freguesias, "sobretudo nos anos 60 e 70, e hoje estão muito bem, com muito sucesso, lá fora" - "Temos indicação de que alguns nos vão visitar em breve e contamos que depois dessas visitas nos possam apoiar, temos tempo ainda", afirmou Duarte Novo.

A ideia do 50/50 (que tem como mote "Deixe a sua marca em Portugal") é que os promotores dos projectos - associações, IPSS, juntas - consigam convencer "Emigrantes Apoiantes" a contribuir com algum dinheiro para a obra que se propõem desenvolver, até 50% do valor da mesma. Se conseguirem, os restantes 50% são suportados pelo Alto Comissariado para as Migrações (ACM), organismo agora tutelado pelo Ministro Adjunto Eduardo Cabrita.

 

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