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Peça sobre emigrantes que lutam pela sobrevivência estreia no sábado em Coimbra
2014-10-03
Um espetáculo autobiográfico sobre a vaga de emigrantes portugueses qualificados que não integram os casos de sucesso, baseado em testemunhos reais, estreia no sábado em Coimbra, numa produção da Casa da Esquina.

"É um espetáculo construído pelo encenador e ator Ricardo Correia, que passou seis meses em Londres, através de uma bolsa da Gulbenkian para estudar teatro, e recolheu testemunhos de portugueses licenciados que emigraram desesperados por trabalho e condições de vida razoáveis", explicou à agência Lusa a produtora Sara Seabra.

A peça "O meu país é o que o mar não quer" retrata, segundo a produtora, "a nova vaga de emigrantes qualificados que não fazem parte dos casos de sucesso relatados pela comunicação social".

Para Sara Seabra, "a ideia de que a nova vaga de emigrantes portugueses qualificados é fruto da globalização e se concretiza em casos de sucesso cai por terra com os exemplos de pessoas que são empurradas para fora do seu país e para empregos que não refletem a sua formação académica".

"Inquietado com a quantidade de emigrantes portugueses que conheceu em Londres e com os seus testemunhos dramáticos, Ricardo Correia dá-lhes corpo e voz para mostrar que vivem numa sociedade e cultura com as quais não se identificam e as suas experiências duras de luta pela sobrevivência", sublinhou.

A produção do espetáculo considera que, "afinal, a emigração de hoje não será tão diferente da emigração de outros tempos", questionando se "será apenas da `troika` e da austeridade imposta nestes últimos anos a responsabilidade da situação".

"Que país é este que construímos e que não tem lugar para nós? Será ainda possível mudar o país em vez de mudar de país?", são as interrogações lançadas durante o espetáculo, com duração de uma hora, em que o encenador e ator principal Ricardo Correia vai saltitando de personagem, transmitindo testemunhos que recolheu, numa combinação de sons e imagens de vídeo projetadas.

"O meu país é o que o mar não quer" vai estar em exibição na Casa da Esquina de sábado a 26 de outubro, de terça-feira a domingo, às 21:30, em formato de câmara, estando prevista a sua versão de palco para abril, no Teatro Académico Gil Vicente.

Segundo a produtora Sara Seabra, está depois prevista uma digressão pelo país, existindo a possibilidade de, no final do próximo ano, levar a peça a países europeus onde existam comunidades de emigrantes portugueses.

 

Ver RTP, aqui.

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