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Emigrantes com «problemas graves» por não falarem língua local
2013-05-03
Alerta o secretário de Estado das Comunidades

O secretário de Estado das Comunidades revelou esta sexta-feira «problemas graves» de inserção e reconversão profissional de emigrantes devido ao desconhecimento da língua do país de destino, nomeadamente no Luxemburgo, onde os portugueses representam um terço dos desempregados.

«Dos cerca de 16 a 17 mil desempregados no Luxemburgo, seis mil são portugueses e não conseguem fazer a reconversão profissional. Têm de entrar nos cursos de formação profissional e para isso têm de falar francês e não falam. São questões novas, que não tínhamos», observou José Cesário, em declarações aos jornalistas no Porto, onde participou no 1.º Congresso Empresarial Luso-Francês.

O governante diz estar fora de causa um reforço de verbas para responder a esta nova necessidade, pelo que a secretaria de Estado tem de se socorrer do meio milhão de euros destinados ao «apoio ao associativismo» e encontrar forma ajudar os portugueses lá fora a aprender as línguas locais através da colaboração com «instituições locais».

«Temos problemas graves em alguns países - de inserção, reconversão ou de insucesso escolar porque não há comunicação em algumas línguas, nomeadamente no francês. Funcionamos em parcerias com comunidades locais e em algumas estamos já a pôr de pé projetos que procuram atingir esse objetivo», descreveu José Cesário.

Exemplo disso é o Luxemburgo, onde «um terço dos desempregados é português ou de origem portuguesa» e em cujo sistema escolar «entraram este ano mais de 500 crianças com extrema dificuldade de inserção» e de obter sucesso escolar.

«Estamos a procurar ajudá-los a aprender a língua local mais acessível que é o francês», explicou o secretário de Estado.

A secretaria de Estado admite estender este apoio a outras comunidades, até porque esta é «uma questão nova».

«Em 2008/2009 emigravam mais portugueses porque havia mais empregos. Hoje há mais candidatos a emigrar mas há menos pessoas a conseguirem colocação. Até hoje qualquer pessoa arranjava trabalho, bastava querer e trabalhava-se nas obras, nas limpezas ou a lavar pratos num restaurante. A questão da língua colocava-se menos», justificou.

Embora já funcionasse como limitador de «acesso a lugares mais qualificados» a língua ganha agora importância redobrada perante a existência de «muito menos empregos e muita mais procura», acrescentou.

«Numa altura em que o mercado de trabalho está saturado, particularmente na Europa, é evidente que estão a colocar-se questões que não se colocavam», notou José Cesário.

O que a secretaria de Estado pode fazer perante este cenário é, alerta o governante, fazer «parcerias», procurando «respostas concretas locais trabalhando com instituições locais».

tvi24, aqui.

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