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Novos emigrantes portugueses em situação difícil em França
2013-01-28
A Santa Casa da Misericórdia de Paris apoiou gente carenciada que tentou a emigração como último recurso

Por Agência Lusa

A maioria dos pedidos de ajuda que chegaram à Santa Casa da Misericórdia de Paris (SCMP), que tem em funcionamento desde Outubro de 2012 uma permanência social gratuita, são feitos por portugueses recém--chegados, com dívidas e que não planearam a mudança de país.

Em declarações à agência Lusa, José Barros, responsável pelo grupo de trabalho da SCMP que organiza este serviço semanal, afirmou que, em quatro meses, chegaram ao gabinete 16 pedidos de ajuda - alguns individuais, outros de famílias -, sobretudo de portugueses recém-chegados.

"Chegam com problemas de emprego, de alojamento e problemas financeiros. As pessoas vêm muitas vezes com dívidas, com muito pouco dinheiro. Ficam sem meios financeiros logo nos primeiros dias", explicou.

Para José Barros, muitos dos portugueses que estão a chegar a França "não têm uma noção muito clara da situação" que se vive actualmente neste país, "pensam que é muito fácil encontrar trabalho, que o nível de vida aqui é igual ao de Portugal".

Vêm, acrescenta, mal informados e sem terem feito qualquer planeamento, "às vezes com contactos antigos", que já não correspondem à morada ou ao telefone da pessoa conhecida com quem vinham ter, por exemplo.

José Barros explica ainda que isto acontece sobretudo porque "quem emigra são as pessoas que já gastaram tudo o que tinham", e que tentam a emigração "como último recurso", quando estão "já muito descalças".

Os pedidos foram feitos por portugueses com idades entre os 20 e os 65 anos, mas, "na maioria, por pessoas com menos de 40 anos".

Dos 16 pedidos de ajuda que a SCMP recebeu, quatro já tiveram solução: "As pessoas estão a trabalhar, estão bem encaminhadas", diz o responsável, lembrando, contudo, que "a resposta a estes pedidos de ajuda não é imediata, é um trabalho a longo prazo", e sublinhando que a instituição não pode resolver todos os problemas que se lhe apresentam.

"Não podemos resolver todos os problemas. Não temos meios, não é a nossa vocação. Somos um elo de ligação entre a pessoa e organismos franceses que estão vocacionados para a ajuda, ou junto de empresas que conhecemos. Temos uma rede de contactos que inclui empresas que nos ajudam com as questões da procura de emprego", explica.

A Santa Casa da Misericórdia de Paris foi criada a 13 de Junho de 1994. Desde então tem desenvolvido um trabalho de proximidade entre as comunidades portuguesas em França.

Jornal i, aqui.

 

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