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Governo fala em redução de trabalho nos principais países de emigração na Europa
2012-11-09

Segundo o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, têm diminuído as ofertas de trabalho na Europa, sobretudo em países marcados pela forte emigração portuguesa. "Constato nos últimos meses um fenómeno novo: nos principais países de destino dos emigrantes portugueses começa a haver uma redução do número de oportunidades de trabalho", disse José Cesário à agência Lusa, referindo-se a Espanha, França, Reino Unido e Luxemburgo como "os casos mais evidentes".
O governante revelou ainda que a falta de emprego nos destinos tradicionais da emigração na Europa está a provocar uma redução no número de saídas de portugueses para esses países, adiantando que a tendência se acentuou desde o verão. "Há menos oportunidades de emprego, há menos gente a ir para o estrangeiro. É uma coisa que me começa a parecer muito evidente nestes últimos meses, sobretudo depois do verão. Há países onde as oportunidades de emprego estão a reduzir-se drasticamente", disse José Cesário.
Hoje verifica-se "um aumento de oportunidades fora da Europa, mas para onde é mais difícil ir", admitiu o governante à margem do "Encontro de Promotores Socioculturais das Comunidades Portuguesas", que se realizou em Fátima, entre 2 e 5 deste mês. A redução das ofertas de trabalho deve-se ao facto de "estar também a aumentar significativamente o desemprego nestes países europeus", justificou. José Cesário, que em várias intervenções tem apontado para 100 mil a 150 mil saídas de portugueses por ano, reconhece que em países como Angola ou o Brasil as oportunidades se mantêm, mas sublinha a dificuldade de emigrar para países como a Austrália ou o Canadá, onde há oportunidades de trabalho. "Em Angola mantêm-se os fluxos que tínhamos, no Brasil haverá até mais oportunidades e depois há outros países onde sabemos que há oportunidades, como o caso da Austrália ou o Canadá, mas para onde a emigração é muito difícil porque pressupõe a ilegalidade ou a obtenção de vistos e os vistos não são fáceis", disse.

«Obrigados» a emigrar

Mas apesar da diminuição das ofertas e trabalho, o povo português "está a sentir-se obrigado a emigrar", afirmou o arcebispo de Braga e presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana. "Neste momento não estão a ter ‘o direito de não emigrar', uma expressão que está (contida) no Concílio Vaticano II e foi utilizada pelo papa (Bento XVI) recentemente", explicou Jorge Ortiga à Lusa, à margem do Encontro.
O responsável frisou ainda que "o Governo tem de criar condições necessárias para os cidadãos poderem viver e trabalhar onde querem, na sua terra, se assim o quiserem", admitindo, contudo, que hoje é muito difícil "arranjar emprego para todos".
"A máquina diplomática tem muito a melhorar no apoio social à emigração", admitiu o governante, que aproveitou para elogiar o trabalho realizado pelas missões e paróquias da Igreja Católica na ajuda prestada às comunidades portuguesas.

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