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Luxemburgo: 14 emigrantes portugueses despejados
2012-10-31
Vivem em habitações sociais e vivem com dificuldades económicas. Terão de sair até ao final do ano

Catorze portugueses residentes em habitações sociais no Luxemburgo serão despejados até ao final do ano, alertou esta quarta-feira o Bloco de Esquerda (BE), que questiona o Governo português sobre o que tenciona fazer para ajudá-los.

Numa pergunta dirigida ao Ministério dos Negócios Estrangeiros, o deputado do BE Pedro Filipe Soares alerta que os 14 portugueses, que vivem no «Foyer des Travailleurs» (Casa de Trabalhadores) de Bonnevoie, são trabalhadores da construção civil, alguns deles desempregados e outros com empregos precários, e foram notificados para saírem até 31 de dezembro.

«A obrigação de saída, em pleno inverno, dá conta da desumanidade desta decisão, num momento de enorme crise no setor e das férias de inverno na construção, o que implica também um período de menor rendimento», escreve o deputado bloquista.

Recordando que alguns dos portugueses em causa «são moradores do foyer há mais de vinte anos», Pedro Filipe Soares sublinha que os seus rendimentos não lhes permitem qualquer alternativa.

«Os moradores dos foyers pagam 400€ por um quarto duplo, o que compara com o aluguer de um estúdio, que não é possível de ser alcançado por menos de 800€ mensais», explica.

Habitações sociais construídas há 40 anos para acolher a primeira vaga de imigração portuguesa, os três «Foyers» geridos pelo Gabinete Luxemburguês de Acolhimento e Integração OLAI albergam mais de 250 pessoas, a grande maioria portugueses.

A ministra da Família e da Integração, que tutela o OLAI, afirma que apenas está a ser cumprida a lei, que determina que estas estruturas de alojamento são «provisórias», mas o BE considera «impossível esconder a desumanidade desta medida».

Pedro Filipe Soares defende que «o Governo português não pode ficar silenciado perante esta insensibilidade» e questiona que medidas prevê o executivo para «garantir o direito à habitação» destes emigrantes portugueses.

Questionado pela agência Lusa, o secretário de Estado das Comunidades, José Cesário, disse que não comenta este caso porque pretende ainda inteirar-se da situação.

tvi 24, aqui.

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