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Trindade desaconselha emigração para o Luxemburgo
2012-10-08

O comendador José Ferreira Trindade, fundador do CASA, desaconselhou hoje a emigração para o Luxemburgo onde a comunidade portuguesa atravessa um período preocupante de dificuldades e desemprego.

"Neste momento não aconselho ninguém a emigrar para o Luxemburgo por causa das dificuldades que temos para colocar toda a gente que está no desemprego, para ajudar todos aqueles que têm problemas de saúde e os jovens desempregados que são bastantes", disse o comendador à margem de um seminário sobre emigração a decorrer esta semana no Porto.

Dos cerca de 525 mil habitantes no Luxemburgo, 113 mil são portugueses, dos quais quase seis mil estão desempregados e 1.850 são jovens à procura do primeiro emprego, pelo que o comendador assumiu que aquele país "já não é" o El Dorado de outros tempos, existindo mesmo "situações desesperadas".

"Não peguem nas malas", alertou o comendador, manifestando ter "uma grande preocupação" para com a atual situação da comunidade portuguesa naquele país que o impede de "afoitar alguém para [ir para] o Luxemburgo".

Se em 2011 chegaram quase cinco mil emigrantes portugueses ao Luxemburgo, também de lá saíram 1.471, restando pouco mais de 3.500 dos quais "nem todos tiveram o sucesso que pretendiam" e "muitos vivem com dificuldades".

Ferreira Trindade alertou para situações de portugueses que "encontram trabalho à distância e pela Internet" e de "contratados por empresas temporárias" que chegam àquele país onde só conseguem trabalhar "uma semana" e ficam "o resto do tempo em casa", sem qualquer fonte de rendimento que os permita dar resposta às "obrigações" como o aluguer da casa e os seguros.

A essas pessoas o C.A.S.A (Centro de Apoio Social e Associativo), do qual Trindade é presidente, tem procurado ajudar a "encontrar a melhor solução", sendo que entre janeiro e final de julho já auxiliaram "66 pessoas a regressar a Portugal".

E se os salários podem rondar os 1.847 euros (brutos) para trabalho não qualificado e os 2.216 euros (brutos) para o qualificado, o custo de vida no Luxemburgo tem de ser bem analisado já que a renda de um apartamento T2 pode oscilar entre os 1200 e os 1500 euros e um passe de transporte custar 50 euros por mês.

Para o comendador o Luxemburgo continua sim a ser "um bom país" mas "para os que lá estão", para a "primeira geração" de portugueses que lá chegou há mais de 40 anos.

"Para esta terceira geração a situação é mais preocupante. Os jovens, os meus netos por exemplo, querem um trabalho adequado à formação que tiraram e têm algumas dificuldades", contou.    

Bomdia.lu, aqui.

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