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Antes da naturalização NECESSIDADE DE ACONSELHAMENTO ADEQUADO DOS EMIGRANTES
2012-06-08
O Governo dos Açores defendeu ontem a necessidade de os emigrantes açorianos receberem "aconselhamento" antes de avançarem para o processo de naturalização nos EUA e Canadá, alertando para a existência de "muitos casos" em que são enganados.

O Governo dos Açores defendeu ontem a necessidade de os emigrantes açorianos receberem "aconselhamento" antes de avançarem para o processo de naturalização nos EUA e Canadá, alertando para a existência de "muitos casos" em que são enganados.

"É raro o deportado que chega aos Açores e não tenha uma história triste de dinheiro que levantou no banco ou que foi emprestado por familiares, de economias gastas para pagar a advogados que já sabiam à partida que aquele caso não tinha solução", afirmou Graça Castanho, directora regional das Comunidades, em declarações aos jornalistas em Ponta Delgada.

Graça Castanho falava na cerimónia de assinatura de um memorando de entendimento com o Gabinete do Xerife de Bristol County, nos EUA, no quadro da cooperação que mantém há mais de uma década com o Governo dos Açores em várias áreas para facilitar a integração dos emigrantes que são deportados para o país de origem.

"Existem muitos casos, daí a nossa preocupação", afirmou, acrescentando que "outra grande preocupação" são os emigrantes que partiram dos Açores muito novos, nunca se legalizaram e, como são portadores de um 'Green Card' (cartão de autorização de residência), pensam que isso afasta a deportação.

Segundo Graça Castanho, quando estes emigrantes chegam aos Açores "não têm família, nem casa, nem recursos e passam por momentos difíceis".

Apesar destes casos, Graça Castanho frisou que o sucesso da integração de deportados nos Açores "é elevado", revelando que "apenas 200 estão a ser apoiados por instituições", enquanto outros 900 "estão integrados" na sociedade.

Por seu lado, Thomas Hodgson, xerife de Bristol, que é responsável por um centro de detenção por onde passam muitos dos açorianos que são deportados, considerou que o Governo Regional "tem realizado um extraordinário trabalho" de apoio e integração, que permite minimizar o impacto das deportações.

O centro dirigido por este responsável norte-americano disponibiliza apoio jurídico e realiza programas de saúde, de educação e de língua portuguesa junto de presos portugueses nos EUA.

A instituição integra o programa 'Regressos', da Direcção Regional das Comunidades, que visa preparar o regresso dos emigrantes antes da sua chegada aos Açores, e a rede de voluntários do programa 'Legal', que tem como objectivo promover a naturalização dos emigrantes açorianos.

 

REFORÇAR LAÇOS ECONÓMICOS

 

Por seu turno, o  presidente da Câmara Municipal da Praia da Vitória manifestou a concordância da autarquia com a estratégia do Governo Regional dos Açores para o reforço das ligações às comunidades emigradas, particularmente ao nível económico. O apoio foi transmitido num encontro entre Roberto Monteiro e a Directora Regional das Comunidades, Maria da Graça Castanho, que decorreu na terça-feira, no Salão Nobre dos Paços do Concelho.

Segundo o autarca praiense, que prestou declarações no final da reunião, o Governo Regional está a sensibilizar os diversos atores regionais para a necessidade de serem aprofundados e reforçados os laços que ligam a Região às comunidades de açorianos emigrados, ideia que aplaude pelos benefícios que podem daí advir para o arquipélago.

"Há uma vasta comunidade de açorianos no estrangeiro e esse facto não pode ser descurado. Existem laços culturais e emocionais estabelecidos por natureza, mas é preciso ir mais além, particularmente ao nível económico e empresarial. Vemos com muito bons olhos essa intenção. Aliás, por parte do Município da Praia da Vitória, temos vindo a procurar reforçar esses laços, nomeadamente com as comunidades de praienses emigrados nos Estados Unidos da América e no Canadá", sublinhou.

O presidente da Câmara Municipal da Praia adiantou ainda que a intenção do executivo regional, transmitido pela Directora Regional das Comunidades, coloca um enfoque especial no Brasil, país em franca expansão económica.

"Há uma grande comunidade de açorianos no Brasil, particularmente em Santa Catarina. A Praia da Vitória tem procurado reforçar os laços com essa comunidade. Por exemplo, este ano, pretendemos contar com uma delegação de açorianos de Santa Catarina nas Festas da Praia. É uma forma de reforçarmos as nossas ligações", explicou.

Segundo o autarca, o encontro com a Directora Regional das Comunidades - que caracterizou de "muito profícuo" - serviu também para a responsável governamental recolher a opinião do autarca relativamente à integração dos emigrantes e imigrantes no Concelho ou nos países de destino.

"Não temos registo de problemas nessa área. Mas é importante procurarmos sempre, e dentro das nossas possibilidades, que todos aqueles que vêm viver para o Concelho ou que partem para outros destinos alcancem os seus objectivos e se sintam integrados", frisou.

"Para nós, os praienses emigrados são centrais na nossa estratégia de acção, assim como o são aqueles que decidem deixar as suas origens e integrar-se no nosso Concelho", concluiu.

A União, Jornal online, aqui.

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