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Nicolas Schmit denuncia exploração de imigrantes portugueses recentes
2012-02-02
Em tempos de crise há cada vez mais portugueses a chegarem ao Luxemburgo que se submetem a contratos de trabalho precários, alertou o ministro do Trabalho e da Imigração, Nicolas Schmit.

Alexandra Araújo

Nicolas Schmit lançou vivas críticas às empresas que chegam a contratar pessoas "por apenas algumas semanas e por vezes dias". Esta realidade afeta sobretudo a comunidade portuguesa, pouco qualificada e que acaba no desemprego, sublinhou o ministro na terça-feira na apresentação do balanço anual da política de imigração e de asilo.

O ministro explica que findos estes contratos de curta duração, os trabalhadores não têm direito ao subsídio de desemprego e acabam por viver momentos de precaridade ou por enveredar pelo "trabalho a negro" para sobreviverem.

"Há pessoas a dormirem em carros ou no local das obras. É uma situação inimaginável e é preciso lutar contra este flagelo com os sindicatos e o patronato", apelou Nicolas Schmit.

Schmit insistiu que "não é aceitável que num contexto de alto desemprego, haja empresas que se aproveitem da miséria das pessoas e que as atraiam para o Luxemburgo".

Em 2011, 10.559 cidadãos da União Europeia registaram-se nas administrações comunais do país. A maioria eram portugueses (4.059) seguidos de franceses (2.304) e belgas (800).

Pedidos de asilo aumentaram 175%

Na mesma ocasião, o ministro do Trabalho e da Imigração apresentou os números sobre os pedidos de asilo em 2011. No ano passado, 2.164 pessoas requereram proteção internacional, um aumento substancial de 175% face a 2010 que registou 786 pedidos. A larga maioria vem dos Balcãs, sendo os sérvios maioritários (947), à frente de macedónios (446), de kosovares (152), de montenegrinos (103) e de bósnios (51).

Dos 2.164 pedidos, apenas 1.389 foram tratados e somente 41 tiveram parecer favorável. Destes últimos, 9 foram atribuídos a cidadãos iranianos e outros 9 a cidadãos iraquianos.

Em 2011, efetuaram-se 582 repatriamentos, dos quais 16 foram forçados. Os cidadãos repatriados vinham sobretudo de países balcânicos (512), do continente africano (25) e do continente americano (15).

Nicolas Schmit sublinhou que num contexto europeu "o Luxemburgo é, a seguir a Malta, de longe o país que está confrontado com o maior número de pedidos de asilo em proporção à sua população". "Proporcionalmente, a Alemanha deveria ter recebido 340 mil pedidos de asilo. Só recebeu 48 mil", exemplificou Schmit.

No que se refere a 2012, já deram entrada 130 pedidos de proteção internacional, sendo a maioria, mais uma vez, proveniente da região balcânica. NL

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