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Greve nos consulados esgota paciência de emigrantes na Suíça
2011-09-28

A greve dos trabalhadores dos consulados está a esgotar a paciência dos emigrantes portugueses na Suíça, que há mais de um mês não conseguem fazer o cartão de cidadão ou registar os filhos.

Fernando Anunciação vive em Zurique há mais de 30 anos e quando decidiu regressar definitivamente a Portugal percebeu que tinha o bilhete de identidade caducado. "Qual não foi o meu espanto quando fui ao consulado e vejo que estão em greve. Tenho que enviar a carta de demissão até sexta-feira e vai-me fazer falta o cartão de cidadão para vários papéis. Francamente não sei o que vou fazer, não sei...", disse à Agência Lusa, por telefone.

Cinquenta e seis funcionários consulares dos postos de Berna, Genebra e Zurique, Sion e Lugano) iniciaram a 29 de Agosto uma greve por tempo indeterminado por falta de acordo com o Ministério dos Negócios Estrangeiros relativamente aos salários.

Um mês depois, não há fim à vista para a paralisação, que está a deixar a comunidade à beira de um ataque de nervos. "Já quase há um mês que estão nisto. O Governo português não está a funcionar bem com a comunidade. Se não conseguir resolver o problema, vou ter que pôr o Estado português em tribunal porque isto é inadmissível", lamentou Fernando Anunciação.

O português adiantou que no consulado de Zurique apenas são distribuídos formulários e que ninguém dá informação sobre alternativas para a obtenção de documentos. Fernando Anunciação conta ainda o caso da filha que perdeu o passaporte e acabou por ficar sem o dinheiro do bilhete de avião que tinha comprado para viajar para a Turquia.

Emília Farinha, que gere uma agência de viagens, fala da falta de registo de vários recém-nascidos. "Temos tido várias situações de bebés que nasceram recentemente na Suíça, cujos pais não os conseguem registar nos consulados, nem fazer os passaportes, e que por esse motivo têm que cancelar as férias", disse.

A empresária acrescentou que a situação "está a causar imensos transtornos" e que as pessoas começam a ficar "agressivas e muito descontentes". Emília Farinha, a comunidade está "bastante revoltada" porque não percebe porque é que o consulado está fechado.

A contestação à falta serviços consulares é perceptível também na Internet, com fóruns e páginas sobre diplomacia e consulados a registarem queixas e desabafos dos utentes.

Jornal de Notícias, aqui.

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