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Reino Unido: o fim da mina de ouro
2009-10-06
Comunidade portuguesa entre as mais afectadas pelo desemprego

 RITA JORDÃO SILVA

Longe vão os tempos em que o Reino Unido era uma mina de ouro para os emigrantes. O país que deu trabalho a centenas de milhares de cidadãos lusos é hoje apenas uma memória e muitos são os que fazem fila nos centros de emprego.

A crise que deixou milhões de britânicos no desemprego está a ser sentida mais em Londres do que em qualquer outra região britânica e, dentro da capital, é Lambeth - onde se encontra o bairro conhecido como Little Portugal - que mais sofre com a falta de postos de trabalho.

De acordo com as estatísticas britânicas publicadas no mês de Agosto, o sul de Londres regista um aumento do desemprego duas vezes superior à média nacional e, em algumas áreas, o desemprego é hoje três vezes superior ao registado há apenas um ano.

O problema centra-se nas pequenas e médias empresas que sofreram com o corte ao crédito anteriormente concedido pelos bancos. Uma agência de emprego que funciona no seio da comunidade portuguesa, afirma que a colocação de trabalhadores é hoje muito mais difícil do que no passado devido à maior procura e menor oferta de emprego.

"No passado, os patrões davam oportunidade às pessoas de receberem treino, hoje escolhem apenas as que têm mais experiência e dão menos oportunidades a quem procura oportunidades. Um patrão que tinha 10 empregados, hoje trabalha com quatro ou cinco", explica Domingos Cabeças, proprietário de uma agência de emprego.

O fluxo de portugueses que continuam a chegar a Londres vem agravar o problema. "Todos os dias me batem à porta a pedir trabalho. Dizem que estamos no bom caminho mas, pelo que vejo, não acho. Aqui na comunidade está a piorar e parece-me que 2010 será ainda pior", defende o conselheiro da comunidade, Augusto Nunes, acrescentando que, "neste momento, quem não tem qualificações dificilmente consegue emprego e há restaurantes que exigem o inglês até para lavar pratos".

Muitos dos que chegam não fazem, no entanto, parte das contas do Estado que coloca o desemprego nos 7,9%. E por falta de fundos, uma elevada percentagem vê-se obrigada a regressar para a mesma realidade da qual fugiu.

Jornal de Notícias, aqui.

 

 

 

 

 

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