Se, globalmente, a trajetória de descida se explica pela retoma económica em Portugal e seus impactos no mercado de trabalho, estando fortemente correlacionada com a evolução do emprego e do desemprego, a aceleração observada em 2016 deve-se a mudanças em dois dos mais importantes destinos da emigração portuguesa: Reino Unido e Angola. No primeiro caso em consequência do Brexit e no segundo à crise originada pela baixa dos preços do petróleo. O número de saídas mantém-se, porém, em níveis que, na história recente, só têm paralelo com os observados nos anos 60 e 70 do século XX. A criação ou atualização, nos últimos anos, de redes migratórias ligando Portugal a vários países de destino, em consequência de uma emigração com valores elevados, torna improvável, a curto prazo, a retoma dos níveis mais baixos de emigração anteriores à crise.
Como citar Pires, Rui Pena (2017), “Tendência na emigração é de descida desde 2013”, Observatório da Emigração. http://observatorioemigracao.pt/np4/5940.html