Portugal tem um "débito antigo" para com os
emigrantes, o que aumenta a importância da participação das comunidades nas
legislativas, afirmou, ontem, o presidente do Conselho da Comunidade
Luso-brasileira de São Paulo.
António de Almeida e Silva sublinhou, num comunicado distribuído à comunidade,
a importância da "criação de estruturas efectivas que contemplem a
verdadeira natureza da sociedade portuguesa, a qual resulta de uma autêntica
pátria de comunidades".
O dirigente defendeu o apoio aos candidatos "identificados com os anseios
e carências da nossa diáspora e comprometidos, final e definitivamente, com a
construção de uma política concreta para as comunidades portuguesas".
"A participação de todos nesse momento importante do nosso país é
fundamental para que se obtenha uma efectiva e alargada legitimidade dos
escolhidos para o cumprimento do mandato popular", afirmou.
O dirigente associativo defendeu ainda o exercício do direito de voto,
"evidenciando assim uma força participativa da nossa gente que vive no
estrangeiro, na definição dos rumos e futuro de Portugal".
"É preciso reverter situações passadas, nas quais essa participação não foi
compatível numericamente com a enorme importância e significado que nossas
comunidades possuem na afirmação de um país efectivamente pluralista",
afirmou.
"Não há dúvida de que o voto é muito importante. E todos nós devemos dele
fazer uso para definir adequadamente os parlamentares que estarão no
cumprimento do mandato que vamos lhes outorgar", disse.
António de Almeida e Silva citou o pensamento do oficial britânico George
Nathan (1895-1937), segundo o qual "os maus governantes são eleitos pelos
bons cidadãos que não votam".
Jornal da Madeira, aqui.