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Fronteira, (i)mobilidades e redes translocais
2022-03-30
Tese de doutoramento de João Baía em migrações com especialidade em antropologia da etnicidade e do político, apresentada ao Instituto de Ciências Sociais, da Universidade de Lisboa, em 2023, sobre os diferentes tipos de migrações e seus efeitos nesse mesmo lugar, neste caso sobre a aldeia de Montesinho, sob orientação dos professores Nuno Miguel Rodrigues Domingues e Paula Cristina Antunes Godinho.

Título  Fronteira, (i)mobilidades e redes translocais: migrações a partir de uma aldeia raiana de Trás-os-Montes
Autor  João Baía
Orientadores  Nuno Miguel Rodrigues Domingues e Paula Cristina Antunes Godinho
Ano  2023
Institutição  Intituto de Ciências Sociais, Universidade de Lisboa
Grau  Doutoramento
Área  Migrações, especialidade em antropologia da etnicidade e do político
Palavras-chave  Translocalismo, edes translocais, trajetórias migratórias, memórias periféricas, raio social de interação
URI  http://hdl.handle.net/10451/59933

 

Resumo 

A aldeia de Montesinho foi o lugar escolhido para estudar diferentes tipos de migrações e seus efeitos nesse mesmo lugar. Durante o trabalho de campo realizaram-se trinta e duas entrevistas semiestruturadas. O processo de amostragem teórica e em bola de neve foi-se alargando nas diversas estadias de campo. Da aldeia de Montesinho partiram dezenas de pessoas, numa primeira fase para o Brasil (São Paulo), e mais tarde para França (Montluçon, Paris, Pavillons-sous-Bois) e para a Alemanha (Hamburgo). O translocalismo que liga diferentes lugares dentro de um ou mais países, através dos raios sociais de interação, que se vão reconfigurando, permitiu ir além de uma abordagem transnacional, que continua demasiado dependente da noção de Estado-nação reificada pelos governos dos países com maiores fluxos migratórios. As práticas migratórias estudadas desenvolveram-se mais entre lugares do que entre países. As fronteiras, consoante as governamentalidades migratórias de cada país, aumentaram ou diminuíram a vigilância, e dificultaram ou facilitaram a passagem de pessoas e mercadorias. Quanto maiores são os muros, a repressão dos migrantes, e os entraves burocráticos, maiores as dificuldades no processo de regularização, acesso a trabalho com direitos e habitação digna. Nesta investigação procura-se, através das trajetórias migratórias, perceber diferenças e semelhanças, no que respeita à ligação com a aldeia de partida, entre migrantes internos e internacionais ao longo do tempo, e compreender as fases e dimensões dos diferentes processos migratórios, como a adaptação, a habitação, o trabalho e ruturas do quotidiano. Propõe-se uma tipologia para analisar diferentes possibilidades de retorno e questiona-se o futuro desta localidade, situada em Trás-os-Montes, a norte de Bragança e na fronteira, que apresenta várias características semelhantes a várias localidades de vasto território nacional rural, de norte a sul do país, um espaço cada vez menos estudado, mais exposto a lógicas extractivistas (indústria mineira, produção florestal, agricultura intensiva, turismo), impostas por grandes empresas e pelos centros de poder nacional e local, sem auscultação das populações afetadas, funcionando como um espaço de reserva para futuros usos, que vai perdendo gente e perdem atratividade para novos retornos definitivos, ou novas migrações.

 

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