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Levantados do chão
No espaço de pouco mais de duas semanas, o debate nacional revolveu-se em torno de duas questões relacionadas com a temática da migração: por um lado, discutiu-se a "fuga" dos jovens portugueses, a propósito do recente relatório do Observatório da Emigração segundo o qual cerca de 30% dos jovens portugueses com idades entre os 15 e os 39 anos vivem fora do país; por outro lado, reemergiu a empoeirada retórica anti-imigração, à boleia dos discursos xenófobos de uma extrema-direita a renascer das cinzas da democracia social, que vê na praça de Martim Moniz a grande ameaça civilizacional. A exiguidade do lapso temporal dentro do qual a esfera pública foi ocupada pelos dois tópicos traz ao de cima um paradoxo subliminar: só uma profunda dissonância cognitiva justifica que, num país de emigrantes, o discurso anti-imigrantes consiga ganhar significativa tração. Em toda a casa portuguesa há um elemento da família, mais ou menos alargada, que emigrou – da tia que está há décadas em França até ao primo que se aventurou no Luxemburgo. Não deixa, por isso, de ser surpreendente que a figura do imigrante possa ser tão facilmente utilizada como bode expiatório para as – legítimas – frustrações dos portugueses que resistem em território nacional. Seria de esperar que em nós houvesse uma capacidade particular para reconhecer o valor inestimável do acolhimento empático daqueles que procuram melhores condições de vida num país estrangeiro.

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