Título Satisfação profissional dos enfermeiros. Estudo comparativo entre enfermeiros a exercer em Portugal e no estrangeiro
Autor
Orientadores Regina Maria Pires
Ano 2021
Institutição Escola Superior de Enfermagem do Porto
Grau Mestrado
Área Direção e chefia de serviços de enfermagem
Palavras-chave Satisfação profissional, emigração, enfermeiros, escala de avaliação de satisfação.
URI http://hdl.handle.net/10400.26/39541
Resumo
A satisfação profissional representa não só um papel central na vida dos enfermeiros como simbiótico com a qualidade dos cuidados de saúde prestados pelos mesmos. Quando esta não é alcançada, para alguns, a emigração acaba por ser vista como solução. Em 2019 registou-se um número recorde (4506) de enfermeiros que saíram para o estrangeiro (60% superior a 2018). Mesmo com as barreiras invisíveis impostas pela pandemia, 2020 registou 1230 casos. Este estudo tem assim como objetivo contrastar duas realidades, comparando os scores de satisfação profissional dos enfermeiros portugueses a exercer em Portugal e no estrangeiro. Complementarmente, visa analisar a correlação da variável dependente referida em função das variáveis independentes sociodemográficas e profissionais para a realidade no estrangeiro. Com este pressuposto, a investigação pretende criar conhecimento novo ao explorar aquilo que é considerada uma falha na literatura e que, com o aumento dos números de emigração na comunidade dos enfermeiros, ganha cada vez mais pertinência. O objetivo definido é traduzido num estudo transversal, descritivo-correlacional e não experimental através de dados primários recolhidos via formulário online autoadministrado constituído por um questionário sociodemográfico e profissional e pela escala EAST-Enf, disponibilizado entre junho de 2021 e setembro de 2021. A base amostral não probabilística, por conveniência, é constituída por 224 enfermeiros, no ativo da profissão em Portugal (n=154) e no estrangeiro (n=70). A análise estatística foi feita com recurso ao IBM® SPSS® (testes de Kolmogorov-Smirnov, Mann-Whitney, Kruskal-Wallis e correlação de Spearman). Os resultados da evidência empírica suportam o postulado pelas hipóteses geradas, verificando-se que os enfermeiros portugueses a exercer no estrangeiro apresentam um score superior de satisfação profissional global, bem como em todas as dimensões medidas pela escala adotada, em comparação com aqueles que exercem em Portugal. Não foi, no entanto, encontrada correlação estatisticamente significativa entre as variáveis sociodemográficas e profissionais. A partir dos resultados, conclui-se que os enfermeiros a exercer no estrangeiro encontramse mais satisfeitos do que aqueles que exercem a profissão em Portugal. Foi nas dimensões “benefícios e recompensas” e “promoção” onde a diferença foi mais significativa.