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Emigração entre continentes em Eça de Queiroz
2022-03-30
Tese de doutoramento de Elina Maria Correia Batista em letras com especialidade em estudos culturais, apresentada à Universidade da Madeira, em 2012, sobre a emigração portuguesa entre continentes nas obras e correspondência consular de Eça de Queiroz, sob orientação dos professores Luísa Maria Soeiro Marinho Antunes Paolinelli e Alberto Vieira.

Título  Da emigração entre continentes em Eça de Queiroz: da correspondência consular à obra literária
Autor  Elina Maria Correia Batista 
Orientadores  Luísa Maria Soeiro Marinho Antunes Paolinelli e Alberto Vieira
Ano  2012
Institutição  Universidade da Madeira
Grau  Doutoramento
Área  Letras, especialidade em estudos culturais
Palavras-chave  Eça de Queiroz, Emigração, arte, correspondência consular, sonho americano, o brasileiro

URI  http://hdl.handle.net/10400.13/664

 

Resumo 

Nas últimas três décadas do século XIX, dado o estado de abatimento sentido no país, Eça de Queiroz, plenamente integrado no ambiente buliçoso e efervescente da sua geração, compara a situação de Portugal com a da Grécia, países que considera caóticos, dadas as políticas de rotina e sem imaginação que não conduzem o país ao desenvolvimento e ao progresso. De facto, Portugal não consegue acompanhar o ritmo dos outros países europeus e obriga os portugueses a emigrar. A principal característica da sua escrita é a ironia, aproximando-se da posição socrática, uma arma de intervenção intelectual, de cariz ético, vinculadora e libertadora, que lhe permite intervir e depurar problemas do seu tempo, procurando construir um Portugal como entendia que deveria ser. Durante o percurso de vida que permeia a publicação de As Farpas e de Uma Campanha Alegre, e na correspondência e a obra literária, Eça de Queiroz questiona o “sonho americano”, que muitos portugueses quiseram experimentar, e o brasileiro, no âmbito de uma vasta crítica à sociedade burguesa. A defesa da mudança do rumo da emigração portuguesa da América do Norte para o Brasil prende-se com a relação de ilusão/desilusão que marca a sua experiência consular em Havana e as viagens que faz. O pensamento do escritor e cônsul evolui para o entendimento da emigração, como a arte, é considerada uma das forças civilizadoras da humanidade. Muitas da suas personagens circulam entre o Velho e Novo Mundo, têm um pé dentro e outro fora do país, migram pelas mais variadas razões, fazendo retratos nas suas obras das suas movimentações, construindo uma estética sobre o país que se baseia na ética dos valores humanos que possui e na experiência que adquiriu.

 

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