Início / Recursos / Recortes de imprensa / 2009
Comunidades: Dificuldade em falar inglês é obstáculo para portugueses encontrarem emprego na região este de Inglaterra
2009-07-08

A dificuldade de muitos imigrantes portugueses em falar a língua inglesa é um dos principais obstáculos ao emprego e no contacto com as autoridades locais no este de Inglaterra, que estão a estudar a abertura de um centro comunitário.

António Choça, conselheiro das Comunidades Portuguesas e polícia voluntário em Dereham, nota "uma certa abertura" no mercado de trabalho na região este de Inglaterra.

Mas, porque não falam inglês, muitos trabalhadores portugueses despedidos nos últimos meses por causa da crise não estão a conseguir encontrar novo emprego.

Dos requisitos pedidos pelas fábricas da região - transporte próprio e falar inglês - só o primeiro consegue ser preenchido pela maioria dos portugueses.

"Esse [não falar inglês] é o principal problema", constatou Choça, em declarações à Agência Lusa.

A barreira tornou-se fatal para José Luís, um carpinteiro de 52 anos que trocou Vila de Rei por Thetford há cerca de sete anos e que tenciona regressar definitivamente a Portugal.

"Só porque não falo inglês já não me dão trabalho", lamentou, lembrando que antes não era assim.

O obstáculo da língua tem também dificultado o contacto com as autoridades locais para pedir subsídios de desemprego ou habitação social, recorrendo muitos portugueses a organizações não-lucrativas para mediar os processos.

Mas, por iniciativa de António Choça, os autarcas das cidades do distrito de Breackland (Attleborough, Dereham, Swaffham, Thetford e Watton) reuniram recentemente com o cônsul-geral em Londres, José Macedo Leão, para discutir a criação de um centro comunitário.

A ideia, explicou Choça à Agência Lusa, é encontrar um espaço físico para os portugueses aprenderem inglês e obterem ajuda no contacto com os serviços públicos ingleses.

Outra proposta é a de receber uma permanência consular ao sábado de manhã para facilitar o acesso aos serviços consulares que estão a cerca de 300 quilómetros, em Manchester.

Actualmente, espera aprovação de Lisboa a passagem da jurisdição consular desta zona do consulado de Manchester para o consulado de Londres, que fica a 100 quilómetros.

O conselheiro das Comunidades espera que o centro comunitário, que deverá localizar-se em Thetford ou Dereham, seja uma realidade no próximo ano e que possa ter pólos noutras localidades.

António Choça é um dos três polícias voluntários portugueses na região, outros dos meios que as autoridades também encontraram para facilitar o contacto com a comunidade portuguesa.

"É obrigatório por lei a polícia recrutar elementos que representem as comunidades minoritárias", vincou.

De acordo com as estimativas do distrito de Breackland, residem cerca de 200 mil portugueses no total da região de East Anglia, no este de Inglaterra.

Correio do Minho, aqui, acedido em 8 de Julho de 2009.

Observatório da Emigração Centro de Investigação e Estudos de Sociologia
Instituto Universitário de Lisboa

Av. das Forças Armadas,
1649-026 Lisboa, Portugal

T. (+351) 210 464 322

F. (+351) 217 940 074

observatorioemigracao@iscte-iul.pt

Parceiros Apoios
ceg Logo IS logo_SOCIUS Logo_MNE Logo_Comunidades