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"O pior ainda não chegou"
2009-07-07
Portugueses na Venezuela esperam anos de recessão

A sentir os primeiros efeitos da crise económica mundial, a comunidade portuguesa radicada na Venezuela acredita que "o pior ainda não chegou", estimando que os próximos dois a três anos vão ser de recessão.

Uma recessão que, dizem, estará associada às variações no preço do petróleo e a uma alta inflação, que "tem disparado nos últimos meses".

"Se o preço do petróleo subir ou se se mantiver vai sentir-se pouco.

Também se o senhor Presidente (Hugo Chávez) mudar um pouco de atitude, olhar mais atentamente para a Venezuela e menos para os gastos de solidariedade com o exterior talvez se sinta menos", refere Juan Gonçalves, ex-presidente do Centro Português de Caracas, em declarações à Agência Lusa.

Para o presidente da Câmara Venezuelana Portuguesa de Comércio, Indústria e Turismo (CAVENPORT), José Luís Ferreira, o "fenómeno da crise" apenas se começa a sentir, mas "as vendas desceram a nível de supermercados, sapatarias e duma maneira generalizada".

Uma situação que obriga "as empresas a adaptarem-se às circunstâncias", o que implica continuar a funcionar com menos lucros.

"De momento, não há empresas portuguesas a ponto de encerrar devido à crise e também não há empresas a fazer despedimentos, até porque na Venezuela está em vigor (desde há vários anos) uma lei que impede os patrões de despedir os empregados", diz.

No seu entender "a crise reflecte-se no elevado custo de vida, com as pessoas a terem praticamente os mesmos rendimentos", o que poderá agravar-se nos próximos anos, que serão de recessão, considera.

"Nos supermercados, os clientes pagam muito mais pelas compras e acabam por deixar cinco ou dez artigos na caixa porque o dinheiro não chega", refere José Luís Ferreira.

Trata-se de uma situação que poderá agravar-se proximamente e em que um dos factores que a desencadeiam são as restrições no acesso a divisas para importações e a eliminação de alguns produtos das listagens a quem a Comissão de Administração de Divisas concede os dólares.

"Os empresários que importam os produtos que deixaram de ter acesso às divisas têm que importar noutras condições e é uma questão matemática, pagas mais para trazer, tens de vender mais caro", frisa José Luís Ferreira.

Na Venezuela, o serviço de televisão por cabo é 30 por cento mais caro desde Janeiro, em menos de um ano os veículos triplicaram de preço, os seguros quase duplicaram de custo e a viagem mais curta de táxi ronda os 15 euros (40 bolívares fortes).

Diário de Notícias da Madeira, aqui, acedido a 07 de Julho de 2009

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