Pouco mais de 200 mil emigrantes começam hoje a votar para o Parlamento Europeu, um escrutínio que decorre ao longo de três dias e em que participam pela primeira vez os portugueses residentes fora da Europa. Estão inscritos para votar na Europa 99.496 eleitores e Fora da Europa 107.509.
Na Europa, serão disponibilizadas 69 mesas, sendo a França o país com mais urnas de voto, 22. Em França, estão registados para votar 67.559 portugueses, a maioria em Paris. Nas Américas do Norte e do Sul serão abertas 58 mesas, com o Brasil a concentrar a maioria, 26. No Brasil podem votar 49.763 portugueses, a maioria registados em São Paulo. Em África, haverá 20 mesas e na Ásia e Oceania 18 urnas de voto. Em África estão inscritos no recenseamento eleitoral 11.823 portugueses, principalmente na África do Sul, e na Ásia e Oceania 14.887, a maioria em Macau.
A Comissão Organizadora do Recenseamento Eleitoral dos Portugueses no Estrangeiro (COREPE), dependente do Ministério dos Negócios Estrangeiros, começou há três semanas a enviar os cerca de 240 mil boletins de voto para o estrangeiro, correspondentes ao número total de eleitores, mais 20 por cento de boletins, como prevê a lei.
Em declarações à Agência Lusa, fonte da COREPE admitiu que não haverá desdobramento de mesas devido às dificuldades em reunir as condições necessárias à instalação de assembleias de voto fora das instalações consulares. A inexistência de desdobramento de mesas foi criticada pelo PSD, que contestou também a falta de informação sobre as eleições.
As eleições europeias foram precedidas pela paralisação dos trabalhadores dos consulados, que no dia 4 cumpriram um dia de greve em protesto pelo atraso nas actualizações salariais, na revisão do estatuto profissional e ainda o sistema de avaliação de desempenho dos funcionários.
Na Suíça, os trabalhadores consulares vinculados e contratados, vão manifestar-se nas mesas de eleições e de apoio entre os dias 5 e 7 de Junho, durante o acto eleitoral para as Europeias, com a colocação de uma faixa negra com os dizeres «estamos de luto e em luta pela nossa actualização salarial em falta e pelo nosso estatuto profissional».
Nestas eleições para o Parlamento Europeu votam pela primeira vez presencialmente todos os emigrantes portugueses. Anteriormente, apenas os emigrantes residentes na Europa podiam eleger deputados europeus, através de votação por correspondência.
O alargamento do voto para o Parlamento Europeu aos emigrantes portugueses Fora da Europa foi aprovado em finais de 2005 pelo PSD, PS, CDS-PP, tendo sido consagrado o voto presencial para esta eleição à semelhança do que já acontecia na eleição para o Presidente da República.
Mundo Português, aqui, acedido em 15 de Junho de 2009