O BES, através das sucursais no estrangeiro, comercializou cinco produtos financeiros, como sendo de capital garantido, junto de milhares de emigrantes portugueses. Três desses produtos, o Poupança Plus, o Top Renda e o Euro Aforro, geridos sob a forma de veículos de investimento autónomos, aplicaram o dinheiro dos clientes em dívida sénior (obrigações) do BES.
O Novo Banco, ainda liderado por Stock da Cunha, assumiu a responsabilidade de encontrar uma solução para estes três produtos, o que já foi concretizado. A proposta comercial apresentada aos cerca de sete mil detentores que aplicaram 750 milhões de euros no Poupança Plus, no Top Renda e no EuroAforro permitirá a recuperação da quase totalidade do capital investido, num prazo de pelo menos seis anos e com algumas limitações ao nível da disponibilidade imediato do dinheiro.
Apesar dos apelos da associação criada, o Movimento dos Emigrantes Lesados, que defendia o recurso aos tribunais para garantir o pagamento imediato da totalidade dos montantes, a proposta foi aceite por 80% dos emigrantes. A forte adesão permitiu ao Novo Banco avançar com a liquidação dos três veículos e, no início do corrente, já foi disponibilizada a primeira tranche acordada.
Entretanto, os perto de dois mil emigrantes que não aceitaram a proposta têm realizado vários apelos ao Governo e até ao Presidente da República, quando esteve em Paris, nas comemorações do 10 de Junho, para que “forcem” o Novo Banco a negociar uma nova proposta. O representante do Governo no grupo de trabalho dos lesados do papel comercial do BES, Diogo Lacerda Machado, também tem este dossier em mãos, mas ainda não existe a garantia de uma solução.