"Amadeo veio para Montparnasse, que era já um bairro artístico. Tornou-se 'parisien' e 'montparno' [calão para identificar os habitantes de Montparnasse]. Amadeo, para mim, foi uma revelação, porque ele 'destruiu', entre aspas, tudo o que eu sabia sobre Montparnasse, porque, nas crónicas de Montparnasse, não consta que ele esteve cá. Amadeo não aparece. Só aparece num livro ou dois. Imagine. Foi amigo de Brancusi, Modigliani, todos os importantes, e não aparece", explicou à Lusa o especialista do bairro de Montparnasse.
As visitas passam pelos cafés frequentados por Amadeo, como La Closerie des Lilas, La Crémerie Chaude, a pensão de Madame Friot, e pelas moradas que o pintor teve no bairro, como o número 33 da rue Henri Barbusse, o 150, do boulevard Montparnasse, o 14, da cité Falguière, o 20, da rue Ernest Cresson, e n.º 1, da villa Louvat, entre outros endereços em bairros adjacentes.
Numa visita guiada à Lusa, pelas ruas do bairro que, em 1911-12, era considerado "o umbigo do universo, o centro do mundo e a Torre de Babel" - devido ao número de artistas internacionais que ali se concentravam -, Georges Viaud começa por apontar os prédios onde moraram e trabalharam vizinhos e amigos de Amadeo, como Pablo Picasso, Amedeo Modigliani, Francis Smith, Emmerico Nunes e Leal da Câmara, entre outros nomes de artistas da época.