"Proponho que não esquecendo o passado e as tradições, que vejamos o futuro como reinvenção, que considero necessária à nossa integração e modernidade", afirmou a Maria João Dodman, docente da Universidade de York, que lançou recentemente o livro AndarIlha - Viagens de um Hífen.
Na sua primeira obra literária criativa`, a também emigrante no Canadá "lança algumas propostas que desafiam não só a diáspora açoriana" mas também "todos aqueles que deixaram o país".
Maria João Dodman é professora na Universidade de York no norte de Toronto, dá aulas de Estudos Portugueses e Luso-Brasileiros, e nesta obra relata as suas "experiências e peripécias nas suas viagens pelo mundo e como imigrante no Canadá".
"AndarIlha é um projeto criativo de 17 narrativas que visa explorar a poética da memória açórica em diálogo e negociação com a tradição, a modernidade, a açorianidade e a identidade híbrida e (i)migrante", frisou.
A docente espera que a comunidade portuguesa no Canadá "continue a dialogar e a trabalhar para ser de fato "multicultural". O objetivo é aprendermos "dos outros e ensinar-lhes um pouco de nós próprios, do mundo deixado a trás de este em que nos participamos com a nossa diferença étnica".
Maria João Dodman, é doutorada pela Universidade de Toronto com a especialidade de literatura ibérica, com uma segunda especialização na literatura brasileira, princípio do século XX.
"Não considero o meu exemplo nem menos nem mais importante que nenhum outro imigrante; optei por uma caminho talvez diferente, mas hoje em dia há um número importante de jovens académicos de origens portuguesas, e já existem novo modelos que não existiam há 20 anos", acrescentou.
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