Os portugueses residentes em França perderam "quase de maneira definitiva a ideia do regresso", disse hoje, na capital francesa, José Barros, vice-provedor da Santa Casa da Misericórdia de Paris.
O vice-provedor falava num debate sobre a evolução da imagem dos portugueses em França, durante o 13.° Encontro das Associações Portuguesas de França, na Câmara Municipal de Paris.
"Há uma evolução que a mim me choca: perdemos quase de maneira definitiva a ideia do regresso. Aceitamos que já não há regresso. Há uns anos, essa ideia era quase um murro no estômago. Hoje, fizemos uma cruz em cima da ideia do regresso", afirmou José Barros, que chegou a França "há mais de 50 anos".
Maria Beatriz Rocha-Trindade, socióloga e investigadora em questões de migração e relações interculturais, sublinhou que "o regresso continua sob uma outra forma" porque "não se fala mais em regressos definitivos, mas em regressos temporários, muitas vezes várias vezes por ano".