"É importante porque marca o reconhecimento de um grupo de pessoas que há 24 anos trabalha de forma benévola, que dão muito tempo deles aos mais necessitados da comunidade", afirmou Joaquim Silva Sousa à Lusa.
O português de 52 anos é diretor da delegação francesa do banco Montepio Geral e desde 2001 está à frente da Misericórdia de Paris porque "não podia ficar de braços cruzados" face a muitas histórias de pobreza no seio dos emigrantes, desde os que já se encontram em França há longa data, como os novos imigrantes.
"A história da emigração, infelizmente, não são só casos de sucesso, também há muitos casos de insucesso e é necessário que alguém se ocupe dessas pessoas. É o que a Misericórdia de Paris tem estado a fazer há 24 anos", explicou o provedor que trocou Penafiel por Paris aos 25 anos.
Joaquim Silva Sousa tem conhecido os bastidores das histórias mais difíceis da emigração, explicando que a Santa Casa dá vales de 50 euros aos detidos portugueses nas prisões de França e apoia alguns imigrantes mais recentes "que começavam a passar fome".
"Alguém que emigra agora e chega com 200 ou 300 euros no bolso a pensar que vai arranjar emprego e - como isso é muito dinheiro em Portugal - pensa que dá para comer durante um mês, mas ao fim de uma semana, mesmo a comprar sanduíches, já não tem dinheiro e começa a fazer uma refeição só por dia. Alguns têm vergonha de regressar a Portugal. Temos ajudado pessoas que estavam a começar a passar fome de facto", explicou.
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