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O Presidente vai a Paris e os emigrantes agradecem-lhe essa lembrança
2016-05-30
Comunidade portuguesa está satisfeita com as celebrações do 10 de Junho na capital francesa e aplaude decisão de Marcelo. “É o Presidente do povo, os outros não saíam do gabinete”, comenta-se.

É domingo de manhã, a hora de almoço aproxima-se e Carlos Palmeira faz compras no mercado de Puteaux, bairro simpático não muito distante do coração de Paris, de casas e prédios pouco altos com vista para os gigantes e envidraçados edifícios da La Defénse. Faz os pedidos em português numa banca com produtos que lhe são familiares: bacalhau, azeite, azeitonas, doces de várias regiões de Portugal. Todos os dias acompanha o que se passa no seu país pelos três canais de televisão portugueses que recebe em casa e pela rádio Alfa, emissora portuguesa em França, que está sintonizada no carro. A vinda do Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa à capital francesa a 10 de Junho, na primeira vez em que as celebrações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades têm programa oficial no estrangeiro, passou-lhe despercebida no meio da informação que vai escutando e digerindo. “Ainda há alguém que se lembra da gente”, reage o empresário da construção civil natural da Moita, ? Ribatejo, emigrante há precisamente 30 anos.

Carlos Palmeira está contente com a vinda do Presidente e garante que não faltará. Logo que saiba o programa, organizará a vida para assistir às cerimónias. Não esconde a sua costela de esquerda, mas revela uma certa satisfação por ver Marcelo na Presidência da República. Pensa alto e partilha o que lhe vai na cabeça. “Se ele fosse primeiro-ministro, com as ideias que tem e pelo que vai dizendo, talvez endireitasse Portugal”, comenta.

Acompanhou a constituição do Governo de esquerda, segue o que se vai passando em termos políticos e considera que o Presidente da República deve pôr alguns travões quando assim entender. “Não pode deixar fazer tudo o que eles querem”, diz. “Eles” são a esquerda, a maioria parlamentar que apoia o executivo socialista de António Costa. Os tempos de austeridade também não lhe passam desapercebidos. “Passos Coelho foi longe de mais, passou do oito ao 80”.

 

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