A padaria Ângela é uma das mais antigas da capital da Venezuela e o dono é Diamantino Araújo, de Aveiro. Nas últimas semanas, a produção caiu para metade. Falta a farinha e o pão nas prateleiras.
“Em média fazia diariamente 12 sacos de 45 quilos de farinha e agora estou a fazer quatro. Aos fins de semana não dava vazão a isto”, explicou à Lusa o empresário, em Caracas.
A preocupação é visível na cara de Diamantino Araújo, a viver num país que quase todos os dias aparece nas notícias em todo o mundo devido às filas à porta de supermercados semivazios ou pelas manifestações, mais ou menos violentas.
Na Venezuela, há muitos portugueses que vivem do pequeno comércio, como Diamantino Araújo. Também há fábricas paradas ou semiparadas. A culpa é da falta de bens e da crise económica que abala o país.
A crise afeta todos. A fábrica de enchidos Castelo Branco reduziu a metade a sua produção e despediu quase 80 empregados, afirma o seu administrador, o português Osvaldo Freitas, a viver há 50 anos na Venezuela.
“Chegámos a produzir 700 toneladas, mas agora estamos pelos 60% da produção”, acrescenta. O problema, mais uma vez, “é conseguir ingredientes e matérias-primas, que são importadas”.
O bolívar, moeda nacional, pouco vale nos mercados internacionais, criando uma espiral de inflação insuportável para um país que pouco produz além do petróleo. Tudo o resto é importado.
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