25 de abril de 2005: estudantes do curso de cinema na Universidade da Beira Interior, na Covilhã, Pedro Fidalgo e Nelson Guerreiro, numa atividade prática ligada ao seu plano curricular, vão registar o recital inaugural do Teatro Municipal da Guarda. Era um espetáculo de José Mário Branco – e logo aí surgiu a ideia de um documentário sobre a vida e obra do cantautor.
Armados apenas com a sua boa vontade e sem qualquer perspetiva de financiamento, deslocam-se a Lisboa, batem à porta de José Mário Branco e fazem-lhe a proposta. Este pede algum tempo para refletir mas, três dias volvidos, aquiesce à ideia. Começa, então, uma longa aventura em que, para lá de demoradas conversas filmadas, Fidalgo e Guerreiro partem à descoberta de materiais escritos, sonoros, iconográficos e audiovisuais e chegam à fala com várias pessoas cuja vida se cruzara com a de José Mário Branco – tudo num eixo Lisboa–Paris, cidade para onde, entretanto, Pedro Fidalgo se deslocara, em Erasmus.
E é em Paris que descobrem um material preciosíssimo e inédito: os takes, ainda em estado bruto, nunca montados, de um filme incompleto sobre a emigração portuguesa em que o cantor colaborara ativamente, “Chant en Exil”, realizado por Dominique Dante. Aí se documentam espaços humanos da emigração, atividades de resistência antifascista, atuações de José Mário Branco em anos longínquos.
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