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Angola. A vida de medo de três portugueses em Luanda
2016-05-02
Saíram de Portugal em busca de um recomeço durante a crise. Encontraram-no em Angola, mas não por muito tempo: hoje sentem-se em perigo. Há uma semana, um casal foi assassinado.

“Agradeço o anonimato. Aqui é melhor prevenir do que remediar”. Esta foi a resposta de todos os portugueses residentes em Angola com quem o Observador conversou sobre a vida de emigrante num país com uma taxa de homicídio intencional a rondar os 19%.

A falta de segurança é uma das maiores preocupações dos portugueses em Angola, principalmente na capital, onde a criminalidade subiu: “A quantidade de bandidos e assaltantes aumentou exponencialmente e o que assusta mais são os assaltos à mão armada, que cresceram também”, relata Filipe*, diretor de uma empresa portuguesa em Angola há cinco anos. São vários os motivos que levam à violência nesta antiga colónia portuguesa. Desde logo, a saúde: morrem centenas de pessoas por dia com doenças como a febre-amarela, a malária ou o dengue. “As instituições de saúde públicas são uma desgraça e caso alguém precise de médico, se não tiver seguro de saúde que lhe permita ir a uma clínica privada, fica mesmo em risco de vida”, conta, corroborando assim denúncias feitas pelo jornalista Rafael Marques.

 

Depois, a realidade económica em Angola, onde a taxa de inflação ascende aos 20% e onde a desvalorização cambial já superou os 50%. “Angola não é autossustentável em quase nada. Quase todos os produtos são importados”. E começam a escassear, conta Filipe. O resultado? Um país mergulhado em dificuldades económicas. E isto também é válido para os portugueses, mesmo para aqueles cujos contratos de trabalho foram assinados de acordo com as regras portuguesas: “Conheço vários casos de pessoas com responsabilidades em Portugal que neste momento estão a pedir ajuda a amigos ou familiares para poder pagar despesas dado que o dinheiro fica cá todo”. E esse dinheiro vale cada vez menos: quem recebe em kwanzas vê o ordenado cada vez ser menor na conta bancária, por conta da desvalorização cambial.

 

Ler artigo completo no Observador, aqui. 

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