Macau, China, 10 Jun (Lusa) - O desenvolvimento de Macau nas suas várias vertentes é também fruto do trabalho da comunidade portuguesa residente no território, afirmou hoje a Secretária para a Administração e Justiça, Florinda Chan, na recepção do 10 de Junho.
Presente na recepção da residência consular como chefe do Executivo interina - devido à ausência de Macau de Edmund Ho - , Florinda Chan disse que em vésperas de se assinalar o décimo aniversário de Macau como região administrativa especial da China "o desenvolvimento tanto económico e em outros aspectos e uma sociedade tão harmoniosa que se vive em Macau muito deve à comunidade portuguesa (aqui) residente".
"Quero aproveitar esta ocasião para vos agradecer e reconhecer o trabalho e empenho de todos vós para o bem de Macau", disse a governante, um dos três elementos do Executivo local que domina a língua portuguesa.
Florinda Chan disse também que depois da transferência de poderes de Macau de Portugal para a China, a "boa relação" entre Portugal, Macau e a China "não diminuiu, antes pelo contrário, ficou mais fortalecida" e manifestou o desejo que no futuro se "fortifique ainda mais".
Já o Secretário de Estado Fernando Serrasqueiro enalteceu o papel da comunidade portuguesa ou luso-descendente em Macau e disse que o Governo português "está orgulhoso" no papel que "estão a desempenhar, na boa integração que fizeram nesta comunidade" mantendo a "identidade portuguesa e a ligação a Portugal".
O governante salientou também o papel do movimento associativo da comunidade e deixou uma "palavra de apresso" pelo trabalho na preservação da cultura portuguesa e mantido "bem viva a língua de Portugal".
"A tradição, a cultura, a língua é um património mas temos de viver dia-a-dia esse património", disse Fernando Serrasqueiro ao salientar que essa vivência "tem de ser feita com os portugueses e no quotidiano" pelo que só há uma forma de o poder fazer: com a permanência dos portugueses e das empresas portuguesas, disse.
Já as relações institucionais que se desenvolvem com "grande intensidade" desde 2005 "são fundamentais para criar um clima de estabilidade, de bom entendimento entre a comunidade portuguesa, as autoridades de Macau e as autoridades do Governo central".
Com um discurso focado no reforço da plataforma económica como garante do futuro, Fernando Serrasqueiro salientou ainda o papel do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa na união e desenvolvimento dos povos da lusofonia com a China.
"Queremos reafirmar o nosso empenho no Fórum como um espaço para o fortalecimento e desenvolvimento das relações económicas", concluiu.
O cônsul português, Manuel Carvalho, na sua primeira intervenção pública à comunidade, salientou a singularidade de Macau que "sendo China" é também uma "China especial e essa especialidade é em grande medida fruto da marca portuguesa".
Manuel Carvalho disse também que o estabelecimento de Portugal em Macau foi baseado "num acordo estabelecido entre duas nações fortes no século XVI e que nos trouxe até ao século XXI".
"A presença portuguesa continuará a marcar o carácter especial de Macau dentro da Grande China", disse ainda o cônsul", disse ao salientar que a "comunidade portuguesa está presente em todas as dimensões da vida de Macau" e que depois da transferência soube "renovar-se e adaptar-se aos novos tempos".
Manuel Carvalho quis ainda "homenagear o espírito de iniciativa e desembaraço" da comunidade portuguesa que o faz lembrar no lema de Barack Obama "yes, we can", uma expressão inglesa que "não ofusca a prioridade que (damos) à preservação do património cultural português e da língua portuguesa em Macau".
JCS.
Agência Lusa, aqui, acedido em 12 de Junho de 2009