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Uma política externa ambiciosa. Por Paulo Pisco.
2016-01-28
O universalismo é de facto um trunfo se o quisermos e soubermos utilizar.

Depois de um período de esvaziamento da política externa portuguesa nas suas várias dimensões, no bilateralismo e no multilateralismo, na dimensão europeia, na cooperação para o desenvolvimento e nas comunidades portuguesas, a ambição está de volta, como ficou patente na apresentação das linhas de orientação para o Ministério dos Negócios Estrangeiros que o ministro Augusto Santos Silva fez na abertura do seminário diplomático, que no início de cada ano traça as perspectivas para a acção externa do país

Se Paulo Portas afunilou a política externa na diplomacia económica e Rui Machete se destacou pelo apagamento, ambos prosseguiram uma política de depauperamento dos recursos materiais e humanos das embaixadas e consulados, com consequências negativas na nossa capacidade de representação externa e de atendimento aos portugueses residentes no estrangeiro. Pelo contrário, o novo ministro dos Negócios Estrangeiros evidencia-se pela ambição à altura da nossa presença no mundo e do legado humano e cultural que os portugueses foram deixando pelos cinco continentes ao longo de séculos.

Com efeito, é a primeira vez que um ministro dos Negócios Estrangeiros faz uma abordagem integrada, sólida e coerente das várias vertentes da política externa em que as comunidades portuguesas têm o lugar que verdadeiramente merecem, através de uma presença transversal marcada por um reconhecimento sério do seu imenso potencial económico, cultural, humano e linguístico, envolvendo-as no esforço de desenvolvimento e afirmação do país, tanto interna como externamente e, claro, também com o imprescindível empenho dos nossos diplomatas, como sempre tem acontecido.

A emigração portuguesa é um traço singular da nossa história, uma marca distintiva que transportamos no nosso ADN, que não deve ser encarada com base no preconceito sobre aqueles que tiveram de abandonar o país por razões económicas em circunstâncias de precariedade, mas sim como um activo fundamental com capacidade para valorizar Portugal enquanto nação com uma indiscutível projecção global. Este facto justifica por si só que se implementem políticas públicas que vão ao encontro das suas necessidades e expectativas, o que, com a desculpa da austeridade, não se verificou nos últimos quatro anos.

 

Ler artigo de opinião completo no Público, aqui.

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