"Os refugiados são pessoas que estão a fugir e não querem fazer parte do problema. São famílias que estão à procura de melhores oportunidades", afirma à Lusa Pedro Barata, 42 anos, nascido em Setúbal a viver no Canadá há 30 anos.
"Nós, portugueses, somos um povo de imigrantes e conhecemos as barreiras e dificuldades quando entramos num país novo. Já temos toda uma estrutura em Toronto e no Canadá, mas a comunidade síria ainda tem muito trabalho pela frente para criar toda uma estrutura", diz, justificando o seu empenho neste processo.
O emigrante português desvaloriza o risco de serem terroristas, considerando que a aposta deve ser na integração social dos recém-chegados, que fogem da guerra civil na Síria.
"Acredito profundamente que no geral não há nenhuma ligação com outros fatores que são a fonte dessa crise. Estamos a lidar com famílias que estão à procura de oportunidades", explica.
Todo o processo de avaliação dos "é rigoroso e demora o seu tempo", salienta Pedro Barata, que integra um grupo de dez famílias que vai patrocinar o acolhimento de refugiados sírios.
No seu caso, tem a responsabilidade de acolher quatro elementos de uma família que devem ficar definidos até fevereiro do próximo ano. Para já a primeira preocupação é "encontrar uma residência para hospedar" os recém-chegados.
"Neste momento presumimos que somos nós a assumir inteiramente os custos durante um ano pela família de quatro elementos, tivemos que deixar garantias financeiras de um ano de patrocínio para podermos avançar com a candidatura para o acolhimento", diz.
O Governo Federal canadiano prevê acolher 25 mil refugiados sírios até ao final de fevereiro de 2016, cerca de 10 mil chegam a Toronto e Montreal até final deste mês.
Segundo o luso-canadiano este número "não é elevado mas sim realista", pois identifica-se com o país (Canadá) "humanista e solidário", que acolhe "aqueles que necessitam", até pela sua história de um país de paz.
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