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Comunidade portuguesa está mais visível
2009-02-26
Apresentada este mês em Toronto, a segunda edição do livro «Os Portugueses no Canadá: Desafios da diáspora e a integração» revela que a comunidade portuguesa no Canadá “está a quebrar a invisibilidade”que a caracterizava desde a primeira vaga de emigração oficial, iniciada há pouco mais de 50 anos.

Esta é uma das conclusões sobre a evolução da emigração portuguesa no Canadá por parte do investigador José Carlos Teixeira que, em co-autoria com Victor da Rosa, apresentou no passado dia 18, a segunda edição do livro «Os Portugueses no Canadá: Desafios da diáspora e a integração», no Consulado de Portugal em Toronto.
Na cerimónia, que teve por convidado de honra e orador o professor canadiano de Geografia Social, John Warkentin, esteve presente a Cônsul Geral de Portugal na cidade, Maria Amélia Paiva, que enalteceu a importância do livro sobre os portugueses, assinalando que a comunidade portuguesa "já atingiu muitos sucessos neste país mas deve ser mais interveniente". 
A comunidade lusa "está agora numa fase de transição, com o surgimento de muitas pessoas de valor nas mais diversos áreas, desde o desporto, à política, música, ciência, universidades, empresariado", revelou o investigador à Agência Lusa.
 "A presença portuguesa neste país já atingiu, em alguns casos, a quarta geração, a qual mostra já um elevado nível de assimilação. Pode haver aqui um risco de diluição da identidade portuguesa, mas o que estou a verificar são as novas gerações a estarem mais activas dentro da comunidade portuguesa", frisou ainda o professor de Geografia Social na Universidade da Colúmbia-Britânica-Okanagan (UCBO). Sobre a dimensão da comunidade, José Carlos Teixeira sublinhou que, embora as estatísticas oficiais canadianas calculem um número em 350 mil portugueses no país, estima-se que o número real seja "na ordem dos 550 mil", com "mais de 80 por cento" dos portugueses a residirem "nas áreas de Montreal, Toronto, Winnipeg, Edmonton, Calgary e Vancouver".
Em algumas regiões, os portugueses estão organizados em «Little Portugal», definido com base num conceito sociológico que abarca a concentração de um grupo de emigrantes numa sociedade de acolhimento, onde vivem como se fosse no país de origem, com os seus comércios, igreja, e outras instituições, conforme explicou à Lusa, Victor Pereira da Rosa.
Este defende que a sobrevivência dos «Little Portugal» depende da dimensão da comunidade que a suporta, e dá como exemplo o bairro português de Toronto que, enquanto área de grande concentração de luso-canadianos, na sua opinião continuará a existir. Já noutras zonas com menos portugueses, tenderão a desaparecer ou tendencialmente a "reinventar-se", em associação com outros povos emigrantes falantes da língua portuguesa, defendeu este professor de Antropologia da Universidade de Otava.
A segunda edição do livro, que tem dados novos em relação à primeira, é uma compilação que reúne além dos contributos dos co-autores, análises de mais seis académicos portugueses e de seis outros não portugueses em áreas disciplinares diversas - antropologia, geografia social, história, linguística, entre outros.

Mundo Português, aqui, acedido em 27 de Fevereiro de 2009.

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