O Executivo de Pedro Passos Coelho deixa, no documento de 138 páginas de programa do Governo, três parágrafos relativos ao "regresso de emigrantes". São três intenções deixadas mas relativamente às quais não há concretização.
Uma das três medidas enunciadas no documento, entregue no Parlamento esta sexta-feira, 6 de Novembro, é a de "desenvolver encontros de quadros portugueses residentes no estrangeiro que prestem funções de influência em instituições públicas e privadas". Para quê? O objectivo é de o "promover a circulação e regresso de talento e capital humano de origem nacional".
É com esse mesmo objectivo que o Governo de Passos, fortemente criticado na anterior legislatura por ter potenciado e incentivado a saída de jovens do país, lança também outra intenção: "Criar e manter, através da estrutura diplomática e consular, redes nacionais e internacionais de contacto com a diáspora portuguesa, de modo a promover a circulação e regresso de talento e capital humano de origem nacional".
Não é explicado como é que a criação dessa rede de contacto poderá promover a circulação e o regresso de portugueses.
Também criticado pela sua reduzida concretização, o Governo abre portas a alterações a um programa que criou com a intenção de trazer portugueses empreendedores de volta ao país: "monitorizar a aplicação do programa de Valorização do Empreendedorismo Emigrante, introduzindo as adaptações que a prática da sua aplicação revele adequadas". Não são adiantados quaisquer pormenores.
O Diário de Notícias noticiou, em Setembro, que o programa, anunciado em Março, foi lançado apenas em Julho e que, até ao final do ano, não haveria apoios. De acordo com o jornal, o programa, cujas seis fases de implementação só estariam concluídas no primeiro trimestre de 2016, iria apoiar "até um total de 20" projectos, podendo gerar 347 postos de trabalho.
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