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Cavaco apela ao dinheiro dos emigrantes
2009-03-07

Foi um apelo que fez reviver os velhos tempos do pós-25 de Abril em que as remessas de dinheiro dos emigrantes portugueses eram a tábua de salvação dos Governos dessa época. Em plena crise, ontem, no final da sua visita oficial à Alemanha, o Presidente da República sentiu a necessidade de falar ao coração da diáspora. E a mensagem voltou a ser idêntica à que era feita quase há três décadas.

"Contamos ainda com o investimento de todos quantos se sintam capazes de o fazer. É bem sabido que o contributo dos nossos emigrantes sempre foi muito importante para a vida económica portuguesa. Neste momento difícil, ele assume uma importância determinante. O futuro de Portugal a todos nós diz respeito e sei que Portugal pode contar convosco."

Num encontro com a comunidade portuguesa, que conta na Alemanha com cerca de 130 mil membros, o Presidente da República lembrou: "Portugal necessita, hoje mais do que nunca, da ajuda da sua diáspora. Contamos com o vosso apoio para projectar o nosso país, com a colaboração de todos para que possamos aumentar as exportações de produtos e serviços portugueses, para promover a nossa terra como destino turístico de excelência". Estava dado o mote. E depois do pedido de ajuda, a garantia que muito agradou aos cerca de mil emigrantes presentes no encontro. A alteração ao voto dos emigrantes, vetada pelo Presidente, continua na ordem do dia. E o chefe de Estado afirmou: "Um Portugal que se sente legitimado para pedir o apoio dos portugueses que vivem e trabalham no estrangeiro tem de estar à altura de responder às necessidades desses mesmos portugueses e de tudo fazer para promover a sua ligação ao país." E concluiu: "É meu firme propósito continuar a fazer tudo o que estiver ao meu alcance para que os portugueses residentes no estrangeiro e luso-descendentes possam aumentar a sua participação cívica e política e reforçar os laços que os unem a Portugal".

A visita de Cavaco à Alemanha terminou ontem com um percalço. A viagem que o Presidente da República tinha prevista da cidade de Osnabrück para a localidade de Wolfsburg para visitar a sede da Volkswagem (VW), uma das empresas alemãs com maior investimento em Portugal, não se realizou devido aos mau tempo, que impediu o helicóptero de voar. Mas, ainda assim, o chefe de Estado tinha uma notícia para dar. O presidente da Volkswagem, Martin Winterkom, já lhe tinha garantido em Berlim que o investimento para a construção em Portugal do quarto modelo da marca "não será posta em causa". A fábrica da Volkswagem em Palmela constrói neste momento três modelos da marca alemã e a produção de um quarto é considerada fundamental para a sustentabilidade da fábrica.

Mas a juntar a esta notícia, o chefe de Estado revelou que partia para Portugal com uma esperança. E esta tinha a ver com aquele que acabou por se revelar o tema central e polémico da visita: a situação da Qimonda, empresa alemã cuja falência pode levar ao despedimento de milhares de trabalhadores, entre os quais cerca de 1700 de Vila do Conde.

Público, aqui, acedido em 09 Março de 2009

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