A jornalista Joana Carvalho Fernandes entrevistou portugueses e pesquisou a história dos compatriotas que fazem de França uma segunda pátria. Um pequeno Portugal de quase um milhão de pessoas, incluindo luso-descendentes, onde há histórias de todos os géneros.
O livro chama-se "A Porteira, a Madame e outras Histórias de Portugueses em França" e é editado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos.
A entrevista foi para o ar na Edição da Noite da Renascença de segunda-feira.
A ideia que tinha dos portugueses em França era radicalmente diferente daquela que acabou por encontrar?
Um misto dos dois. Há alguns estereótipos muito presentes aqui. A ideia de que há muitas porteiras e operários da construção civil corresponde a estereótipos que se confirmaram. A primeira pessoa que tocou à porta do meu apartamento em Paris era uma porteira portuguesa. Mas também trouxe de Paris muitas surpresas. Descobri que os portugueses tiveram uma progressão social incrível em França, que teria sido difícil em Portugal. Muitos deles são empresários, alguns enriqueceram. Outros são políticos de destaque. Desse ponto de vista foi uma surpresa.
Os novos emigrantes estão em minoria no livro. Por serem recentes ou porque a história deles está ainda a começar?
Um pouco das duas coisas. Eu tinha limitações de espaço. Embora não pudesse deixar de falar dos novos emigrantes, acho que esse é um tema mais recorrente aqui. Com este livro, o meu objectivo foi contar algumas coisas que me tinham surpreendido quando fui para lá viver. É o caso do champanhe que tem o nome "De Sousa", o único no mundo com nome português, herdeiro da Primeira Guerra Mundial. Tentei que o livro representasse mais as surpresas que tive que as histórias que mais ou menos já conhecia. Há histórias de novos emigrantes mas isso não ocupa assim tanto espaço no livro como os emigrantes "históricos" porque eram histórias mais conhecidas.
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