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Provável redução dos vistos de trabalho afectará portugueses na Suíça
2009-05-15

Motivada pelo aumento do desemprego, a medida deverá afectar apenas os chamados vistos B, com duração máxima de cinco anos, atingindo especialmente os emigrantes portugueses e alemães.

Aumento de desemprego pode levar a restringir vistos de trabalho e afectar imigrantes portugueses

O aumento do desemprego na Suíça poderá levar as autoridades helvéticas a limitar os vistos de trabalho a imigrantes provenientes de 17 países da União Europeia (UE), incluindo Portugal, notícia a imprensa daquele país.

A medida, prevista numa cláusula de protecção dos acordos bilaterais que a Suiça mantém com a UE, deverá afectar apenas os chamados vistos B, com duração máxima de cinco anos, atingindo sobretudo as duas maiores comunidades de imigrantes no país, alemã e portuguesa, segundo a mesma fonte.

O Conselho Federal (Executivo suíço) deverá decidir, próxima quarta-feira, se adopta a medida face ao aumento do desemprego, que nos últimos meses subiu de 2,6 para 3,5 por cento.

Entretanto, a ministra da Justiça suíça, Eveline Widmer Schlumpf, já foi encarregada de examinar a possibilidade de reduzir as quotas dos trabalhadores comunitários.

O porta-voz do Ministério da Justiça suiço, Philippe Piatti, confirmou segunda-feira à agência de notícias helvética (SDA) que o Conselho Federal, "baseado nas mais recentes estatísticas do mercado de trabalho e dos fluxos migratórios", vai decidir em breve sobre a aplicação ou não da cláusula de protecção.

Estas restrições, que visam proteger o mercado de trabalho, poderão ser aplicadas à luz da chamada "cláusula de salvaguarda" dos acordos de livre circulação, assinados entre a Suiça e Bruxelas, e que permite ao Governo suíço limitar o número de imigrantes quando a taxa de imigração aumenta.

Segundo o director de trabalho da Secretaria Federal de Economia (SECO), Serge Gaillard, a taxa actual de imigração no país é suficientemente alta para adoptar tal cláusula e fixar contingentes, o que só poderá ser feito num período máximo de dois anos.

A ministra da Economia suíça, Doris Leuthard, já se mostrou favorável à eventual aplicação desta medida. 

O assunto entrou na agenda política do país após a SECO ter registado 136.700 desempregados na Suíça no último mês de Abril (3,5 por cento da população activa).

Apesar de a maioria dos estrangeiros desempregados no país serem oriundos da região dos Balcãs (Servia, Montenegro e Kosovo), as taxas de desemprego também têm vindo aumentar entre os trabalhadores europeus.

Segundo dados da SECO, o número de desempregados portugueses aumentou de 5.621 em 2007 para 8.144 em Abril de 2009 (um aumento de cerca de 45 por cento). No mesmo período, o desemprego na comunidade imigrante alemã aumentou de 2.867 para 5.337.

Por sua vez, o presidente da Federação dos Patrões Suíços, Thomas Daum, negou que "os problemas no mercado de trabalho suíço possam ser atribuídos à imigração".

"Além disso, seria problemático emitir sinais de proteccionismo", frisou o responsável, citado pelo portal de notícias SwissInfo.

Uma visão partilhada pela líder da bancada social-democrata no Parlamento daquele país, Ursula Wyss: "A Suíça continua interessada num mercado de trabalho aberto", defendeu, lembrando também os cidadãos suíços que trabalham em vários países da União Europeia.

Berna confirmou ainda que irá manter as restrições até 2011 para os trabalhadores provenientes dos oito países da Europa central que aderiram à UE em 2004 - Estónia, Eslováquia, Eslovénia, Hungria, Letónia, Lituânia, Polónia e República Checa.

 Jornal de Notícias, aqui, acedido em 3 de Junho de 2009.

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