O périplo de David Cameron pela Europa de modo a conseguir as reformas que pretende para a União chega esta sexta-feira à Península Ibérica, com visitas a Passos Coelho e Mariano Rajoy. Tal como noutros países, a agenda do primeiro-ministro britânico tem pontos convergentes com a portuguesa como o aprofundamento do mercado interno, mas outros que chocam com os interesses nacionais como o corte de benefícios sociais para os migrantes vindos dos 27 ou a restrição da livre circulação.
Vitorioso depois das eleições de maio e com maioria absoluta, a vida de Cameron deveria estar a correr bem. Mas depois de prometer um referendo sobre a permanência do Reino Unido na União Europeia - que aconteceria até ao final de 2017, mas será antecipado para o fim de 2016 -, o líder dos conservadores está agora pressionado pela ala eurocética do seu próprio partido que o está a pressionar internamente para exigir a Bruxelas mudanças mais radicais do que ele próprio tinha antecipado.
E é essa conversa que David Cameron vem ter com Pedro Passos Coelho, procurando apoio para implementar as reformas que considera necessárias e tentar que as condições melhorem o Reino Unido na União - ainda não se sabe, perante o referendo, como é que o primeiro-ministro se irá posicionar. Uma das principais reivindicações será impedir que os imigrantes vindos dos restantes 27 Estados-membros que estão empregados, tenham acesso ao mesmo tipo de benefícios que os trabalhadores britânicos - algo que se traduz muitas vezes em suplementos ao salário e créditos fiscais. Estas medidas vão contra as regras europeias, já que um cidadão europeu que trabalhe noutro Estado-membro terá acesso aos mesmo direitos que um cidadão nacional - há dentro dos conservadores quem defenda que os europeus deveriam ser impedidos de procurar trabalho no Reino Unido.
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