António Martins Flórido, de 68 anos, casado e emigrante na Alemanha há 42 anos, já planeou a vida para viver no seu país de acolhimento até ao fim dos seus dias. Com três filhos - o primeiro dos quais ainda nasceu em Portugal - e outros tantos netos, deixou o país um ano antes da Revolução dos Cravos.
Mesmo colocando de parte o seu regresso definitivo, visita, desde essa época, regularmente, no verão, a família e amigos em Cheira, Penacova. Até construiu casa junto a imóveis que o casal herdou, mas nunca mais conseguiu reabituar-se ao modo de vida português.
"Quando lá chegamos e vemos como funcionam os sistemas de justiça, as escolas e a medicina, deixamos de querer outra coisa, e Portugal está como está...".
Todavia, em 1989, ou seja década e meia depois de se estabelecer na Alemanha, tentou um regresso definitivo, ainda os filhos eram pequenos, mas desistiu ao fim de um ano: "Já na altura pensei que o rumo que o país estava a tomar não augurava nada de bom".
Queixa-se da burocracia deste país, onde "por causa de um problemazito de finanças tive contas hipotecadas por mais de um ano", acrescentando que bastava terem-me avisado e eu pagava, com a multa correspondente". Por isso deixou de ter contas em bancos portugueses.
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