Segundo um estudo e inquérito realizado por Ana Barbeiro, psicóloga e investigadora, para a Universidade de Laussane, mais de 50% dos emigrantes portugueses a residir na Suíça foram alvo de discriminação. As queixas mais constantes são em relação aos próprios suíços, que discriminam os lusitanos em relação às dificuldades linguísticas, mas passam também pela discriminação profissional, através dos salários, que são mais baixos do que aqueles que os habitantes de outras nacionalidades recebem. Insultos também fazem parte da lista de queixas dos emigrantes, passando da brincadeira ao racismo puro.
Os emigrantes portugueses no país helvético queixam-se ainda da dificuldade que é encontrar contrato de trabalho, o que impede a renovação dos vistos de permanência no país. Um dos grandes problemas é o afastamento das famílias, pois uns conseguem visto, e outros não, tendo de abandonar o país ao fim de 9 meses. Segundo o estudo, os portugueses são mais discriminados do que os residentes de etnia cigana, pondo assim os emigrantes portugueses na Suíça como uma das comunidades mais discriminadas.
Neste estudo, explicado pela própria Ana Barbeiro no portal online P3, conclui-se que os portugueses continuam a preferir emigrar para aquele país, mesmo sabendo das dificuldades acrescidas nos últimos anos. A conclusão do estudo é preocupante, segundo a autora, porque a percentagem de discriminação aumentou quase para o dobro, nos últimos anos, e há sempre o receio de que comecem a surgir represálias mais fortes, conforme esse número aumenta.
A investigadora queixa-se da forma como a relação entre a Suíça e a União Europeia se estabelece, com fortes imposições aos europeus para conseguirem permanência naquele país, especialmente os países do sul da Europa. Ana Barbeiro finaliza dizendo que a internet é hoje um grande escape para esses problemas que os emigrantes enfrentam, impedindo-os de se fecharem numa realidade estrangeira que por vezes lhes é hostil.
A comunidade portuguesa na Suíça é composta por cerca de 250 000 habitantes, representando pouco menos de 15% da população estrangeira no país.
Ver Blasting News, aqui.