Em nota enviadas às redações, o deputado Paulo Pisco, eleito pelo círculo da Europa, acusa o primeiro-ministro de querer "reescrever e manipular a história, apagando ou transformando aquilo que ela tem de desagradável para a maioria governamental", e elenca vários "exemplos" de declarações nos últimos anos de Passos Coelho porque, diz, "a história não é um mito urbano".
Passos reafirmou na terça-feira que não convidou ninguém a emigrar e adiantou que há outros mitos a circular, nomeadamente o de que falou na refundação do Estado.
"Já conseguiram investigar desde ontem [segunda-feira] uma frase minha em que eu tenha dito aos jovens portugueses que o que valia a pena era emigrar?", questionou o chefe do executivo.
O deputado do PS Paulo Pisco apresenta vários exemplos: uma entrevista a 17 de novembro de 2011 à RTP, "quando incentivou os portugueses a emigrar enquanto a economia do país não desse sinais de melhoria", e uma outra entrevista, a 18 de dezembro desse ano, ao Correio da Manhã, com palavras mais focadas nos professores e no "mercado da língua portuguesa" que estes poderiam ter como "alternativa".
Paulo Pisco apresenta também exemplos de palavras do ex-secretário de Estado da Juventude e Desporto, Alexandre Mestre, do ex-ministro dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, da ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, e do eurodeputado do PSD Paulo Rangel para frisar que o Governo "deixou os portugueses que tiveram de emigrar à sua sorte, como se vê pela redução brutal nas políticas para as comunidades portuguesas, de que a redução drástica no número de funcionários consulares é o exemplo mais flagrante".
E acrescenta: "Por mais tentativas de reescrever e manipular a história ou de ocultar o verdadeiro pensamento em matéria de emigração, melhor seria que o Governo adotasse as medidas necessárias ao acompanhamento daqueles que, em condições muito difíceis, são empurrados a sair de Portugal devido à falta de oportunidades, aos baixos salários, à asfixia fiscal e ao elevado preço dos serviços".
Na segunda-feira, Pedro Passos Coelho tinha negado que tenha incentivado os jovens portugueses a procurarem emprego no estrangeiro, classificando de "mito urbano" uma afirmação nesse sentido.
Lusa
Ver RTP, aqui.