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Alemanha é país da UE com "maior exploração" de trabalhadores portugueses
2015-06-05
O Sindicato da Construção de Portugal apontou, esta sexta-feira, a Alemanha como "o país da União Europeia onde há maior desregulação e exploração" de trabalhadores portugueses do setor, assegurando que serão cinco mil os operários nacionais nesta situação.

"Neste momento os trabalhadores portugueses que lá estão são mais explorados do que em Portugal. Em Portugal, um operário qualificado ganha 545 euros, na Alemanha um operário alemão qualificado ganha 3.200 euros, no mínimo, mas os portugueses estão lá a ganhar 900 euros", afirmou o presidente do sindicato, Albano Ribeiro, em declarações à agência Lusa.

Segundo o dirigente sindical - que durante este mês se deslocará a Berlim, Leipzig e Estugarda, na Alemanha, para acompanhar a situação dos trabalhadores portugueses -- são "muito graves" as "condições sociais e laborais" em que se encontram muitos dos operários nacionais que para lá emigraram na sequência da "maior crise de sempre" vivida pelo setor em Portugal.

"Há trabalhadores que ganham 900 euros a viver em barracas e em carrinhas, para mandar dinheiro para a família em Portugal. Já tenho algumas imagens com as condições em que estão a viver, mas vamos trazer mais documentos da Alemanha" evidenciando os "baixos salários" e a "falta de instalações sociais", referiu.

De acordo com Albano Ribeiro, nos últimos cinco anos terão emigrado para a Alemanha cerca de 15.000 trabalhadores portugueses da construção e, se muitos foram através de empresas "idóneas", recebendo "praticamente o mesmo que os trabalhadores alemães", serão cerca de 5.000 os que, por terem saído por intermédio de angariadores de mão-de-obra, se encontram agora num "mercado paralelo".

"Eles vão através de angariadores, que recebem das empresas locais bem mais do que os 900 euros que pagam aos trabalhadores portugueses", disse, considerando que a atual situação é "bem pior" do que a da primeira geração de emigrantes portugueses na Alemanha, que na altura o fizeram "por iniciativa própria e não através de angariadores".

 

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