A maioria dos espaços radiofónicos produzidos na Venezuela e cujo
público alvo são os luso-venezuelanos usam estilos do passado e passam "uma
imagem errada do dinamismo da comunidade lusa", segundo a conselheira
Maria de Lourdes Almeida.
"Há que actualizar o formato dos
programas radiofónicos, porque fazem o mesmo que se fazia há dezenas de anos:
põem discos de música 'pimba' e folclore e passam telefonemas, o que projecta
uma imagem errada do dinamismo da comunidade portuguesa na Venezuela",
disse.
Maria de Lourdes Almeida falava à Agência Lusa
à margem do 1º Encontro nacional do recém criado Clube das Comunidades Sociais
Luso-venezuelanas, evento que reuniu mais de uma dezenas de profissionais.
Durante o encontro, Lourdes Almeida lançou um
debate sobre "O bom português: dever do comunicador social
luso-venezuelano", em que salientou a importância da ética profissional e
alertou para a necessidade de "cuidar o modo como se usa a Língua
portuguesa", lamentando que sejam poucos os programas radiofónicos e
televisivos que falam da cultura portuguesa.
Em declarações à Agência Lusa, Adé Caldeira,
um dos promotores da iniciativa, explicou que "o grupo nasceu há um mês,
no Facegroup".
"Surgiu da necessidade de criar uma rede
contactos de profissionais, reforçar a união entre nós, permitir o conhecimento
mútuo e debater temas relacionados com as nossas actividades", esclareceu.
Por outro lado, sublinhou que há mais de 60
inscritos, na sua maioria estudantes de Comunicação Social em Universidades
venezuelanas.
Qualquer adesão pode ser feita através da
Internet, no endereço http://www.facebook.com/group.php?gid=81340029332.
Em debate estiveram temas como o uso da
Agência de Notícias Lusa como principal fonte de informação, as dificuldades de
alguns meios de comunicação social no acesso a fontes e aos programas da visita
de representantes do Governo português à Venezuela, além da necessidade de maior
cooperação entre os profissionais da comunicação social luso-venezuelana.
Os participantes aprovaram a criação de uma
comissão coordenadora executiva transitória e a transformação do clube numa
associação civil sem fins lucrativos e reuniões trimestrais.
O evento contou com o apoio do Banif e
representantes do jornal Últimas Notícias (Fala, suplemento de informação
luso-venezuelana), da Rádio Arcoense, Circuito Alianza FM, programa Ritmo
Lusitano, e ainda da Associação de Luso-descendentes da Venezuela.
DNOTICIAS.pt, aqui, acedido em 25 de Junho de 2009.