O mercado angolano afirma-se cada vez mais como salvação para as exportações portuguesas. Com a economia européia em desaceleração, em particular a Espanha, Angola já é o principal importador fora da Comunidade Europeia e dez mil empresas de Portugal já exportam para aquele país africano.
Luanda é cada vez mais uma prioridade econômica e diplomática para Portugal. Angola acaba de superar os Estados Unidos como o maior mercado importador fora da Comunidade europeia
A visita do primeiro-ministro José Sócrates na última semana, à feira de negócios de Luanda - com 102 expositores, na maior participação de Portugal em certames internacionais -, objetiva incentivar e reforçar as relações econômicas entre os dois países.
Antes de partir para Angola, o Governo português aprovou um decreto relativo a um acordo de fevereiro deste ano, celebrado com Angola para a proteção recíproca de investimentos, tendo em vista aumentar a cooperação econômica entre os dois países. Segundo o ministro português de Estado dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, o acordo para a proteção de investimentos "já existe com outros países em que da parte portuguesa há relação de investimento".
Esta é a segunda vez que o primeiro-ministro José Sócrates visita Angola em dois anos.
Os números mostram que, desde a última visita do primeiro-ministro em 2006, o os negócios entre Portugal e Angola aumentaram 50,7% em 2006, 38,8% em 2007 e quase 26% de Janeiro a Maio de 2008. Só neste ano as exportações totalizaram 800 milhões de euros, metade do total de 2007.
Em Angola a comunidade portuguesa já é superior a 60 mil trabalhadores portugueses. Atraídos por um forte crescimento econômico e por afinidades culturais, o número de portugueses a trabalhar em Angola não pára de crescer. Cada vez mais chegam em Luanda jovens quadros portugueses formados em Economia, Gestão, Informática, Direito e Comunicação Social para exercerem cargos em Angola.
Para ultrapassar dificuldades, existem empresas com funcionários portugueses que há cada três meses viajam para Portugal por 30 dias para regressar depois com novo visto. É um esquema que as autoridades sabem que funciona, mas fazem vistas grossas porque está a servir para o desenvolvimento econômico.
O mercado angolano oferece aliciantes salários, muito superiores do que os praticados para a mesma função em Portugal.
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