Em causa está o III Fórum Mundial dos Luso-eleitos, que decorreu em Lisboa entre 29 e 31 de Janeiro, e que contou com a participação de um total de 20 representantes, oriundos de França, Luxemburgo, Estados Unidos da América e África do Sul.
Segundo o deputado do PS, 13 dos 20 participantes são "de direita (11 de França e dois do Luxemburgo), entre os quais vários militantes do PSD". A representar o Luxemburgo estiveram Isabel Wiseler, conselheira comunal na cidade do Luxemburgo e presidente dos cristãos-sociais (CSV) na capital, e Custódio Portásio, presidente da secção do Luxemburgo do PSD.
Numa pergunta entregue na quinta-feira na Assembleia da República e dirigida ao secretário de Estado das Comunidades, José Cesário, Paulo Pisco exemplifica que França é "um país decisivo em termos de eleições legislativas para a Assembleia da República" e que esta composição reflecte "inevitavelmente um favorecimento partidário com fins eleitorais".
"Estamos perante uma situação intolerável de violação dos equilíbrios democráticos e favorecimento partidário com utilização dos recursos do Estado", critica o socialista, eleito pelo círculo da Europa.
Para o deputado, esta iniciativa é "relevante no âmbito das políticas para as políticas portuguesas".
Tratando-se de "eleitos portugueses ou descendentes de portugueses, exige-se que a organização de uma iniciativa desta natureza preserve a sua imparcialidade e equilíbrio democrático e que abranja mais países", considera, lamentando que tal não tenha acontecido neste caso.
Pisco questiona o secretário de Estado que tutela os emigrantes portugueses sobre os critérios que presidiram à selecção dos participantes no encontro, e se "assume a natureza claramente partidária" do fórum, perguntando ainda como foi organizado e quanto custou.
"Não considera o Governo que um encontro com este grau de ostensivo favorecimento partidário põe em causa a importância e bondade da iniciativa?", pergunta também o deputado socialista.
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