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França 'Elo de ligação' de emigrantes portugueses festejou dez anos
2014-09-27
O diretor do semanário franco-português LusoJornal, Carlos Pereira, defende que o sucesso da publicação, que comemora 10 anos, está relacionado com a capacidade de identificar novos atores, representantes da comunidade emigrante portuguesa.

O que distingue este jornal é que "fala sobre os portugueses e sobre outras comunidades lusófonas em França" sublinhou Carlos Pereira, durante as celebrações dos dez anos da publicação, sexta-feira à noite, que incluiu atuações de lusodescendentes "descobertos" pelo semanário como a fadista Shina e o vice-campeão de futebol freestyle Cris'treet.

"Falamos do que os outros não falam. Descobrimos pessoas neste grupo de portugueses de França, como o Mário Lopes que ganhou por dois anos seguidos o prémio de melhor cabeleireiro de França, o Serge Vieira que ganhou o "Bocuse d'Or" ou o chef Silva que tem uma estrela Michelin há 15 ou 16 anos", acrescentou à Lusa Carlos Pereira, também fundador do semanário.

Por outro lado, o jornal tem artigos em português e francês porque "os leitores também falam as duas línguas", é gratuito, tem uma edição online e outra em papel, com tiragem de dez mil exemplares que são distribuídos em cerca de 400 pontos do território francês.

Presente na festa, o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Cesário, reconheceu que o "jornal tem conseguido ser um elo de ligação entre todo esse conjunto de portugueses que está aqui e muitos dos que estão lá".

Trata-se de "um projeto muito interessante que, não tenho dúvidas, tem um papel de âmbito cultural e também um pouco político, que valoriza muito o papel de Portugal aqui nestas paragens", disse à Lusa o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas.

Por seu turno, o deputado social-democrata Carlos Gonçalves, eleito pelo círculo da Europa, também disse ser leitor assíduo:

"O LusoJornal é hoje uma companhia e habituei-me regularmente, à terça-feira, por volta das onze horas de Lisboa [meia-noite em Paris]" a consultá-lo. "Isso é prova da longevidade e da capacidade que o jornal tem de fixar os seus leitores", comentou à Lusa o deputado.

Para Carlos Gonçalves, "a força do LusoJornal é dar voz a comunidades que não são conhecidas por outras comunidades portuguesas em França".

As dificuldades também fizeram parte do percurso do semanário que chegou a anunciar a última edição em julho de 2010, tendo sido resgatado, quase de imediato, pela editora da Câmara de Comércio e Indústria Franco-Portuguesa.

"Só há um semanário [português] em França, portanto as empresas que têm como alvo a comunidade portuguesa não podem passar ao lado", justificou Carlos Vinhas Pereira, presidente daquela estrutura, considerando quem além de ser uma "ferramenta comercial, é uma maneira de saber o que se passa na comunidade".

A primeira edição do LusoJornal foi apresentada ao público no dia 16 de setembro de 2004, na Galerie [in]Achevée, em Paris e 450 ediçoes mais tarde tem acima de 40 mil leitores e uma rede de 40 colaboradores profissionais e amadores em toda a França.

"Quase não vimos estes dez anos a passar", concluiu o diretor do LusoJornal.

 

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