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Gabinete Municipal de Apoio ao Emigrante relançado em Vila Real
2014-08-27
Só numa semana foram atendidos mais emigrantes do que em todo o ano de 2013. Gabinete agora relançado conta com um portal na internet que já está a funcionar.

Uma certidão de nascimento foi traduzida como se fosse uma certidão de óbito e o emigrante a que ela se referia deixou de receber uma pensão. Um outro regressou à terra depois de muitos anos no estrangeiro e sente falta de apoio para se instalar.

Alguém que está a pensar em começar uma vida nova no estrangeiro não sabe nada do local para onde vai e depara-se problemas para os quais não tem resposta. Estes são alguns dos problemas com que os emigrantes, ou candidatos à emigração se vêem confrontados muitas vezes.

Para facilitar a sua solução foi este mês relançado o Gabinete Municipal de Apoio ao Emigrante (GMAE) de Vila Real, que, além de atendimento personalizado, terá um formato online. O novo portal na internet (http://www.cm-vilareal.pt/gmae/) abarcará novas realidades de emigração, procurando chegar ao maior número possível de pessoas. "Antes tínhamos muito pouca procura. O ano passado tivemos dez atendimentos todo o ano. Só na última semana tivemos doze, o que prova que há procura para estes serviços", diz o presidente da câmara local, Rui Santos. 

Sílvia Taveira, uma jovem emigrante em Bruxelas, mostrou-se entusiasmada com a criação do novo gabinete, uma vez que "Portugal pode ser um mundo completamente diferente para aquele que o deixou há décadas ou que nem sequer o conheceu, além de umas agradáveis férias em Agosto".

Entre as novas competências do GMAE está a criação de uma base de dados da diáspora vila-realense, através da emissão de um cartão gratuito designado Embaixador de Vila Real. "Além de ser um cartão de pertença e de querermos fazer sentir aos emigrantes que são nossos munícipes e têm o seu lugar na nossa comunidade, é muito importante percebermos quem são, o que fazem e onde estão", explica Rui Santos. 

"Acho a ideia da criação do cartão de embaixador óptima. É bom saber que alguém se lembra de nós no lugar onde nascemos. É bom sentirmo-nos acarinhados e não desprezados", diz André Sequeira, que deixou Alijó há seis anos.

Outro dos objectivos do gabinete consiste em facilitar os investimentos dos emigrantes quando regressam ao concelho. Segundo dados conhecidos, 90% dos nacionais emigrados regressam à sua terra. "Vamos permitir que na nossa Área de Reabilitação Urbana [que inclui o centro histórico e os bairros sociais] sejam feitas transacções com descontos de âmbito fiscal, IVA reduzido, descontos no IMI, nas licenças e no IMT", acrescenta o autarca. 

Será ainda disponibilizada, através do portal, uma Bolsa de Tradutores onde se podem inscrever tradutores devidamente acreditados, uma vez que a Segurança Social obriga a que os documentos dos emigrantes tenham uma tradução chancelada. "Ninguém imagina a dificuldade que algumas pessoas têm em traduzir documentos. Não pode ser só feita uma tradução, esta tem que ser feita por alguém que tenha a chancela da tradução e não há nenhum sítio onde se possa encontrar um tradutor por localização geográfica", garante Rui Santos.  

Em alguns casos, a ideia é fazer vídeo-conferências para que os emigrantes com mais dificuldades na língua portuguesa e, longe de Portugal, possam fazer-se entender mais facilmente. Também os novos emigrantes estão contemplados neste projecto. Saírem conhecedores da realidade que vão enfrentar, perceberem o que é que precisam do ponto de vista legal, reconhecerem um bom contrato são alguns dos objectivos da autarquia. O GMAE conta com a colaboração da Direcção-Geral dos Assuntos Consulares e Comunidades Portuguesas.

 

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