"Temos um novo surto da emigração que abrange, pela primeira vez no nosso tempo, uma fuga de cérebros e, embora não seja a maioria, são números que preocupam muito. Esta emigração é sempre um empobrecimento. Conquistámos o direito à emigração mas temos de conquistar o direito de não emigrar", disse à Lusa Manuela Aguiar, presidente da Associação Mulher Migrante, que vai animar uma mesa redonda sobre "Emigração e Diáspora depois da Revolução - as novas políticas".
A iniciativa de 24 de junho enquadra-se num ciclo de colóquios sobre a temática do "O 25 de abril e a liberdade de emigrar", iniciada em abril no Palácio das Necessidades, em Lisboa, e que já passou pela Universidade de Berkeley, na Califórnia e pela Universidade Aberta, em Lisboa, devendo continuar até outubro em instituições portuguesas e estrangeiras.
"Estamos a perder imensos investidores, médicos, enfermeiros, engenheiros. São as elites intelectuais que estão a deixar o país, o que é de alguma forma uma situação nova em relação à emigração dos anos 60", explicou Manuela Aguiar, antiga secretária de Estado da Emigração, acrescentando que um dos temas a ser explorados em Paris é "como é que Portugal pode atrair de volta os portugueses".
O colóquio acontece uma semana depois de o Instituto Nacional de Estatística ter revelado que Portugal perdeu quase 60 mil habitantes em 2013 por causa do aumento do número de portugueses a emigrar e da redução de nascimentos.
No seminário na Sorbonne está prevista a presença do secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Cesário, dos deputados Carlos Gonçalves (do PSD) e Paulo Pisco (do PS), do cônsul-geral de Portugal em Paris, Pedro Lourtie, e de vários professores universitários de Portugal e França.
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