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AS ESTATÍSTICAS QUE ESCONDEM OS EMIGRANTES PORTUGUESES
Para problematizar a situação dos emigrantes, existe também um dilema de certezas quanto ao número real cidadãos que saiu de Portugal nos últimos anos - um problema comum a todos os países da União Europeia. Segundo valores do INE, o valor ronda os 500 mil desde 2008, mas o Observatório da Emigração avança com 400 mil. A que é que isto se deve?
"Os números do INE são uma estimativa com base aos movimentos migratórios de saída", explica Jorge Malheiros, geógrafo e professor no Centro de Estudos Geográficos da Universidade de Lisboa. A estimativa é feita a partir de um inquérito indireto ao emprego, em que se pergunta às famílias se algum elemento está fora do país. Depois é feita uma estimativa tendo em conta factores de erro demográficos.
Por sua vez, os números do Observatório da Emigração "são feitos com base nos números de entrada de portugueses nos países de destino". Sendo Portugal um país democrático, não é necessário haver um registo para se sair do país, apenas quando se entra no país de destino - tal como com os estrangeiros que entram em Portugal - e são esses números que o OE disponibiliza. Esta é a metodologia usada pela OCDE e pelas Nações Unidas. Porém, não se consegue obter o saldo para todos os países. Alguns destes são tradicionalmente destinos da emigração portuguesa: Angola, Moçambique, França ou o Brasil.
Ver Observador, aqui (artigo completo)